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  • Contato Brasil, 04 de maio de 2024 14:56:10
Genésio Jr.
  • 25/02/2024 11h12

    O que podemos fazer com o futuro!?

    Nada podemos fazer sobre as escolhas de nosso povo, mas não devemos dar oportunidade para que o golpismo militar tenha nova oportunidade

    Olhando para. futuro( Foto: inova social)

    (Brasília-DF) Nessa semana que passou, fui convidado a falar sobre política brasileira em dois programas um de TV tradicional e outro em um canal de Youtube de sucesso. Fui provocado sobre nosso passado a partir de fotos históricas e noutro sobre o evento do domingo 25 de fevereiro.

    Depois disso li a entrevista dada pelo filósofo Vladimir Safatle na “Folha de São Paulo” do sábado, 24. Se costuma brincar, na época do jornalismo impresso, que o sábado era o pior dia de vendas. Na entrevista, em que ele comenta seu novo livro “Alfabeto das Colisões” ele declara, provocado pelo repórter, que “ a extrema direita é hoje a única força política do país, porque é a força que tem capacidade de ruptura, tem estrutura e coesão ideológica”.

    Ele disse mais: “A esquerda brasileira morreu como esquerda”.   Ele diz que hoje existe uma “constelação de progressismos, mas sem aquilo que constitua o campo fundamental da esquerda, que são as ideias de igualdade radical e da soberania popular”.

    Na prática, Safatle, que é um homem de esquerda, fala de coesão. A extrema direita é coesa enquanto a esquerda tem dificuldades de ser. A extrema direita questiona a soberania popular do voto e as esquerdas tem grandes dificuldades de defender a ideia, como ele disse, da igualdade radical, são atingidos pela alcunha do comunismo.

    A crise é real e não é só na política, diga-se. A chegada firme da inteligência artificial e sua revolução, e não evolução, poderá fazer a questão do mito da igualdade voltar firme, mas enquanto isso não vem, e virá, vamos com o que temos.

    Voltando às participações em programas. E não temos como lidar com o futuro breve, temos que lembrar com os erros do passado.

    Pela primeira vez, um grande número de militares de alta patente no Brasil está dando depoimentos na Polícia Federal sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito.

    O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou evento no 25 de fevereiro na Avenida Paulista e deverá reunir muitos milhares de pessoas. O evento vinha sendo organizado com cuidado, financiamento e envolvimentos de parlamentares que vão usar isso nas eleições municipais deste 2024. Direito líquido e certo dos opositores do atual Governo.

    O futuro a Deus pertence. Existem decisões judiciais já tomadas que limitam isso, é  verdade, mas sobre o passado que tratei nos programas coloquei as três tentativas de golpe que enfrentou o mais democrático dos presidentes brasileiros, Juscelino Kubistchek de Oliveira, que foi presidente de 1956 até 1960. 

    Destaque-se o Golpe Preventivo de 11 de novembro de 1955, a Revolta de Jacareacanga, 31 de janeiro de 1956 e a Revolta de Aragarças, que eclodiu em 2 de dezembro de 1959. Sabe o que ele fez? Anistiou todos os militares envolvidos que o taxavam de comunista.  Sabe o que deu as anistias?  O Golpe Militar de 1.964.  Ele pensava, bonzinho com os golpistas, que poderia voltar pelo voto em 1.965.

    O bolsonarismo pode estar forte, pois é coeso, as esquerdas podem estar sem norte, como diz Safatle, o grande evento do 25 de fevereiro quer mostrar que não se pode prender Jair Bolsonaro sem consequências, mas não resta dúvidas que a bem de nossa sanidade cívica, os generais claramente golpistas devem, confirmadas as provas, serem severamente punidos.

    Nada podemos fazer sobre as escolhas de nosso povo, mas não devemos dar oportunidade para que o golpismo militar tenha nova oportunidade.

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    E- mail: [email protected]

     


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