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- Contato Brasil, 25 de abril de 2024 21:53:24
(Brasília-DF) O mês de agosto vai começar - este julho termina com as revelações sobre uma “República Hackeada”.
A “Operação Spoofing”, segundo a Polícia Federal, oficialmente investiga “uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos”.
A assunto está mexendo com o país. O agora confesso criminoso Walter Delgatti Neto disse que teve acesso ao celular de autoridades e do procurador da Lava Jato, Deltan Dellagnol - com isso chegou as ações do então ex-juiz, hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ele informou que entregou o material ao jornalista Gleen Greenwald, do “The Intercept Brasil”, e que usou a intervenção da ex-deputada Manuela D’Ávila, vice na chapa de Fernando Haddad(PT), na disputa presidencial de 201 - para tal.
A investigação segue. A Polícia Federal informa que as mensagens a serem encontradas serão preservadas. O ministro Sérgio Moro procurou pessoas que sofreram ataques cibernéticos ou tiveram celulares efetivamente invadidos para avisar que eles seriam preservados, sugerindo que teve acesso e que seriam destruídas, as mensagens.
No meio de tudo isso, o ministro Sérgio Moro que tinha ganho fôlego com as revelações do hackeador, após as evidências, manda publicar portaria em que define regras de expulsão sumária de estrangeiros por suspeita, e não confirmação, de alguns crimes, como terrorismo e crime organizado
O Presidente Jair Bolsonaro diz que o jornalista americano não tenha medo de ser expulso, mas que poderia “pegar um cana” no Brasil.
O clima é de acirramento de ânimos entre os grupos de esquerda que são contrários a Sérgio Moro, que teria perseguido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e os que são favoráveis a tese de que foi tudo montado com apoio do ativismo-jornalístico de Greenwald para perseguir o ministro Moro e o próprio Governo Bolsonaro.
Os dois lados vão tentar ganhar essa guerra da informação. A Polícia Federal terá que se esforçar, nesta fase, para não cair nessa disputa. A instituição é muito respeitada e tem responsabilidades que vão além de um governo, mas com o Estado Brasileiro. Cabe aos que desejam equilíbrio que a verdade venha à luz, que seja preservada. Não vai ser fácil. Ésquilo, o famoso dramaturgo grego, disse que “na guerra, a verdade é a primeira vítima.”
O cenário de guerra entre os grupos vai invadir o mês de agosto, o mais trágico dos meses na vida pública brasileira - mês do suicídio de Getúlio Vargas, renúncia do presidente Jânio Quadros, da morte de Juscelino Kubistchek de Oliveira, e do último impeachment brasileiro de Dilma Rousseff.
Tudo indica que a Justiça será chamada a se pronunciar sobre essa caso que têm muitos ingredientes. Na verdade, já está acontecendo. Ainda não se sabe se o Supremo Tribunal Federal vai entrar nessa. As oposições querem sua intervenção contando com a antipatia que setores daquela Corte têm contra o alegado vedetismo do ministro Sérgio Moro, que permitiu que camadas de nossa sociedade passassem a ver juízes mais sábios e corajosos que ministro da alta Corte. Essa gente também vai ter que ter equilíbrio.
Justo no momento em que a sociedade estava ansiosa por ações governamentais para engrenar a economia, surge esse turbilhão de emoções. O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu imitar medidas de outros governos, num primeiro momento, com essa do FGTS-PIS-PASEP. Ele não vai admitir, mas é uma medida anticíclica, mesmo que não seja com dinheiro do Estado. Teremos pela frente reforma tributária, uma iminente redução dos juros pelo Copom para temperar os próximos dia e os solavancos que a reforma da Previdência vai sofrer com a insistência do Presidente Bolsonaro bancar seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, para comandar a Embaixada do Brasil, em Washington, nos Estados Unidos.
Agosto não vai ser fácil!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
Email: [email protected]