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  • Contato Brasil, 02 de maio de 2024 11:18:30
Humberto Azevedo
  • 14/06/2023 19h09

    Novo estudo que identificou possibilidade de Polo Norte ficar sem gelo marinho até a próxima década é chance de enterrar o negacionismo ambiental, diz Simone Tebet

    Já o governador do Pará, Helder Barbalho, que trabalha para Belém sediar a Cop30 em 2025, informação trazida pela revista científica Nature Communications e referendada pela NASA, mostra a “dimensão da urgência (...) para que encontremos uma solução” para as mudanças climáticas

    Na foto Billy Boss da Agência Câmara, autoridades presentes ao lançamento da Frente Parlamentar para o Fortalecimento da Cop30 no Brasil perfilados para ouvir o Hino Nacional no ritmo do Carimbó.

    O estudo publicado na semana passada pela revista científica “Nature Communications”, que identificou possibilidades reais do Polo Norte (Ártico) ficar sem gelo marinho até a próxima década, é uma chance definitiva - pelo menos para a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB) - de enterrar o “negacionismo ambiental” que refuta que esteja “havendo mudanças climáticas” e “de que o meio ambiente não está gritando por socorro!”.

     

    A declaração da ex-presidenciável que concorreu às eleições em 2022, onde alcançou quase 5 milhões de votos, ocorreu durante o lançamento da Frente Parlamentar para o fortalecimento da COP30 no Brasil na noite desta última terça-feira, 13 de junho, no auditório abaixo do cafezinho do plenário da Câmara e ao lado do Salão Negro do Congresso Nacional.

     

    “Eu acho que esta notícia precisa ser divulgada para chegar o mais rápido possível num número maior de pessoas no globo. Por que é simbólico, né? A gente pensa em polo ártico, antártico, nos ursos polares, nos pinguins e isto está no imaginário de todas as crianças e jovens de todas as gerações. Quando você recebe uma notícia desta de que nós estaríamos vivos, todos nós, até 2030 - se Deus quiser, para ver esta tragédia ambiental, uma tragédia que pode levar - se não fizermos nada, né? - a consequências inimagináveis de não só da fauna e da flora, da extinção de uma série de espécimes, mas também na própria sobrevivência da humanidade, talvez, isto sirva para uma reação mais rápida de todos e que a gente possa definitivamente enterrar o negacionismo de parte, ainda que pequena, da sociedade e da população mundial, de que não está havendo mudanças climáticas”, falou a ex-senadora pelo MDB sul-mato-grossense.

     

    “Isso pode levar às ações mais rápidas, porque ainda há tempo, dos governos e das sociedades - porque as sociedades é, que, têm que fazer as suas partes para buscarmos soluções possíveis diante das ciências, da tecnologia e da inovação para que possamos salvar o planeta Terra”, complementou Tebet.


     

    URGÊNCIA

     

    Também presente na cerimônia de lançamento da referida frente parlamentar, que contou com o apoio de mais de 200 deputados de todos os partidos com assento na Câmara, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que trabalha para a capital do seu estado, Belém, possa sediar a Cop30 em 2025, a informação trazida pela revista científica Nature Communications e referendada pela Agência Aeroespacial dos Estados Unidos da América (NASA), mostra a “dimensão da urgência (...) para que encontremos uma solução” com relação ao tema.

     

    A frente formada para fortalecer a realização da Cop30 na região amazônica do Brasil tem como coordenadora-presidente a deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), mãe do governador paraense. As vice-presidências do agrupamento serão exercidas pelos deputados Dilvanda Faro (PT-PA) e Alexandre Guimarães (Republicanos-TO). Compõem a frente 38 deputados do PT, 28 do MDB, 26 do União Brasil (legenda criada pela fusão do ex-DEM [antigo PFL] com o PSL), 22 do PL, 19 do PSD, 17 do Republicanos (antigo PRB), 16 do PP, 10 do PDT, 7 do PSB, 7 do PSOL, 5 do PCdoB, 5 do PSDB, 3 do Podemos, 3 do Patriotas (antigo PEN), 3 do PV, 2 do Avante (antigo PTdoB), 2 do Cidadania, 1 do Novo, 1 do PSC, 1 da Rede Sustentabilidade e 1 do Solidariedade.

     

    “Isto aumenta a dimensão da urgência [dos fóruns que tratam de mudança] climática. Isso aumenta a responsabilidade de todos os agentes públicos para que encontremos uma solução no sentido de garantir com que possamos cumprir com as obrigações nacionais e subnacionais de redução das mudanças e, consequentemente, evitar que haja a redução de 1,5 grau. Portanto, nós estamos diante de constatações ambientais, que alertam a cada dia que se precisa o quanto antes dar soluções que sejam efetivas. Para tal é fundamental, por um lado, que todos estejam demonstrando as ações de combate às emissões. Mas que por outro lado, também, principalmente, as maiores economias do mundo precisam financiar os países que estarão exercendo o papel da agenda da sustentabilidade que possa compatibilizar a preservação ambiental com as soluções sociais e soluções econômicas”, comentou o governador Helder Barbalho.

     

    “É importante [ressaltar] que mais de 200 parlamentares foram signatários desta frente, o que mostra, primeiro, a sensibilidade do parlamento nesta agenda. A relevância e a importância para o Brasil em ser sede do maior evento de mudanças climáticas do mundo e, claro, na Amazônia, ao qual precisamos fazer com que a Amazônia possa ser debatida e discutida na nossa região. Ouvindo os amazônidas, a sociedade local, a ciência, as comunidades tradicionais, os povos e os saberes da floresta com as comunidades indígenas e quilombolas. Estou certo de que esta união de esforços estará permitindo com que nós possamos encontrar soluções ambientalmente corretas, mas deixar um legado a partir deste grande evento”, completou o gestor emedebista paraense.


     

    PRESENTES

     

    Além da ministra Simone Tebet e do governador paraense Helder Barbalho, prestigiaram o evento os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira; da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; das Cidades, Jader Filho; a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas (ONU) no Brasil, Silvia Rucks; e o embaixador da União Europeia no país, Ignacio Ybáñez.


     

    AUSÊNCIAS SENTIDAS

     

    Foram sentidas durante o lançamento da frente as ausências das ministras Marina Silva (Rede), do Meio Ambiente; Sônia Guajajara (PSOL), dos Povos Originais; e da presidenta da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara, Célia Xacriabá (PSOL-MG).

     

    Procuradas por este Blog dos motivos aos quais não compareceram ao evento em favor da sede de Belém da Cop30 no ano de 2025, a assessoria de Marina Silva informou que a ministra do Meio Ambiente não compareceu devido estar “em tratamento de saúde e afastada por recomendação médica”.

     

    Já a assessoria da ministra Sônia Guajajara disse  que verificaria o motivo da ausência e que retornaria o contato “em breve”, mas até o fechamento desta edição não enviou as justificativas. A assessoria da deputada Célia Xacriabá falou que a parlamentar não compareceu em virtude da “incompatibilidade de agenda” e que o seu mandato “estará acompanhando diretamente os trabalhos da frente e a construção da Cop”.


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