Assim como boa parte do mercado já resolveu ir de Bolsonaro, o capitão do temerismo – o sul-mato-grossense que foi içado ao estrelato político graças a sua lealdade ao homem que arquitetou o impeachment, praticamente oficializou o apoio do governo Temer ao capitão-deputado.

O jogo está ficando cada vez mais claro: Alckmin ‘é a personificação da hipocrisia’, diz Palácio do Planalto; Carlos Marun: ‘ele fez questão de indicar ministro’; Alexandre de Moraes era secretário de Alckmin; Moraes: ‘Marun não faz a mínima noção do que diz’.

O ciclo do populismo à direita no Brasil parece estar sincronizado em ressurgir a cada 30 anos. Assim como aconteceu com Jânio Quadros, da UDN, em 1960; e com Fernando Collor, do PRN, em 1989; o capitão-deputado Jair “Messias” Bolsonaro, do PSL, promete cada vez mais repetir a façanha tanto de Quadros, quanto de Collor.

 

Integralistas

Assim como o mesmo ciclo quase levou o Brasil, em meados da década de 30, a cair na teia do fascismo de Mussolini com o tupiniquim dos camisas verdes, Plínio Salgado, de ideologia fac-símile introduzida por aqui com o nome de integralismo. O país se livrou do fascismo graças ao ditador Getúlio Vargas que antevendo uma revolução dos integralistas, foi mais rápido e contragolpeou colocando a culpa nos comunistas. Assim surgindo o Estado Novo.

 

Slogans

Resta saber se a tentativa de cópia do “varre, varre, vassourinha” e do “caçador de marajás” funcionará.

Em 1960, Jânio venceu a eleição se contrapondo ao candidato do então presidente Juscelino Kubitschek, o marechal Henrique Teixeira Lott, que chegara ao final do mandato com apoio popular, mas desgastado com o processo inflacionário que corroía as finanças das famílias.

Em 1989, Collor prometia um Brasil moderno muito distante daquele país que até então convivia com uma inflação de quase 1.000% ao ano.

 

Na bala

Bolsonaro com seu discurso de resolver os problemas de segurança na bala, dando ordens aos policiais para atirarem primeiro, para depois perguntar, parece que consegue alcançar o coração da massa.

Sua postura parlamentar longe dos processos de administração da máquina pública faz surgir o mito de que este, enfim, seja honesto e conseguirá acabar com a praga da corrupção.

 

Furacão neoliberal

O discurso dele será esse e nada mais. Até porque no resto será igual a Temer em sua plataforma econômica. Se eleito, enfim, o sonho dos liberais em vender a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal se realizará.

 

Escola sem partido

Na educação, a proposta da “escola sem partido” sancionará qualquer docente que for acusado de tentar oferecer conteúdo programático que seja entendido como simpático às causas políticas de esquerda. Desta forma, aplicar conteúdo com a finalidade de promover o senso crítico poderá ser entendido como mecanismo de ideologização e doutrinação.

 

Médicos

Na saúde, sua varinha mágica ampliará o número de médicos privados que atuarão nos hospitais públicos. Ou seja, oficializará o mecanismo em que os médicos atendem seus pacientes em seus consultórios particulares e promovem o tratamento através do Sistema Único de Saúde (SUS). Ou seja, mais do mesmo, o velho capitalismo a brasileira, onde os lucros são privados e os prejuízos coletivizados. No início poderá até funcionar com a diminuição das filas. Mas a médio e longo prazo, graças ao “faz me rir” pago aos médicos, os velhos problemas voltarão.

 

Itamaraty

Nas relações internacionais, o Brasil não sairá do Mercosul – mas os países do bloco entrarão em diversos litígios. O alinhamento automático e instantâneo às iniciativas propostas pelos Estados Unidos da América, atualmente em voga, permanecerá.

 

Defesa Nacional

Quanto as medidas para a Defesa Nacional terá prioridade o reajuste para o pagamento dos soldos e aprovação de uma “parceria estratégica” com as forças armadas norte-americanas tendo acesso irrestrito ao território brasileiro.

 

Previdência

Quanto à Previdência, este será um o grande nó de um futuro governo Bolsonaro. Pois, a extrema maioria dos seus apoiadores é contra a reforma no sistema previdenciário. Mas como sua gestão estará ancorada nos preceitos do livre-comércio, a entrega do regime previdenciário brasileiro aos bancos é parte essencial do pacote.

A sonhada reforma da Previdência de Temer enfim será aprovada. Talvez, sendo apreciada antes mesmo do início de seu propenso governo, como já anunciou o seu candidato a vice, o general Hamilton Mourão.

 

Defendendo o agronegócio

Para agradar os produtores de commodities que vivem às turras com o vai e vem das oscilações do mercado, iniciativas em que o Estado absorve os eventuais prejuízos do setor serão frequentes.

 

Laissez faire

No mais, ciência e tecnologia, comunicação, cultura, indústria e comércio exterior, integração nacional e regional, minas e energia, trabalho, transportes, turismo, planejamento e ordenamento urbano estarão relegados aos “interesses” privados em explorá-los.

 

Perda de status

Pastas como desenvolvimento social, meio ambiente, pesca e reforma agrária farão parte do portentoso Ministério da Agricultura. Direitos Humanos será uma subsecretaria do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Já a transparência estará associada ao Ministério do Planejamento.

 

Caso de polícia

E como logo, logo, a lua de mel dos eleitores que confiaram seus votos no “Messias” se transformarão em frustração, ódio e raiva, o direito de manifestar será visto como gesto associado aos “grupos baderneiros”.

 

“Meu Brasil de volta”

Assim, enfim, o Brasil que tantos em 2013 clamavam que queriam de volta estará retornado. Com cada um sabendo o seu “lugar”. E com todo mundo “feliz” sabendo o seu lugar, mesmo que não seja em lugar algum. Visto que os desempregados da Lava Jato não encontrarão mais empregos como dantes, já que o “nunca” será apagado dos livros de história e assim uma nova lenda moderna – baseada em Dom Manuel, o venturoso – será contada e cantada em verso e prosa na busca da esperança. Até a crise varrê-lo como o fez com Jânio e com Collor.

 

A aventura durará quanto tempo?

Pois, caso a história realmente se repita, lanço aqui o questionamento de quanto tempo o “Messias” - esta nova cara da direitona brasileira conseguirá se manter no poder? Jânio durou oito meses. Collor, durando um pouco mais, esteve no comando do Palácio do Planalto por 30 meses.

Com esse histórico, Bolsonaro conseguiria se manter no poder por quanto tempo? Conseguiria concluir o mandato caso seja eleito? Na nossa história republicana de quase 129 anos, quando ao todo já tivemos 40 presidentes, apenas dez deles (um quarto) conseguiram cumprir o ritual da democracia: da eleição à entrega do bastão ao próximo presidente.

 

A nossa tragédia - Patrimônio histórico

Opinião de psicanalista: Deixar queimar, deixar morrer; Está aberto ao público e à visitação geral esse novo monumento que são as ruínas do Museu Nacional. Junto com as ruínas da UERJ e do Hospital Universitário da USP elas formam parte do novo patrimônio histórico nacional, obra final dessa política que agora tenta se reeleger;

 

A nossa tragédia - Patrimônio histórico

Só a Globo, através de sua fundação, foi contemplada com mais de R$ 10 milhões: Gasto previsto com Lei Rouanet é quase 9 vezes maior ao de patrimônio; Ministério da Cultura prevê investir 1,43 bilhão de reais por meio de renúncias fiscais. Para patrimônio, valor é de 168 milhões;

 

A nossa tragédia - Patrimônio histórico

A alma brasileira desnudada: Os talibãs brasileiros – Apagar o passado é um processo sistemático no Brasil. Há séculos, essa extinção da memória é um instrumento poderoso para perpetuar uma ordem social injusta, diz o colunista Philipp Lichterbeck;

 

A nossa tragédia - Patrimônio histórico

Quanto mais mexer, mais...: Bombeiros dizem que Museu Nacional estava em situação irregular; Corpo de Bombeiros não esclareceu, contudo, por que o Museu Nacional continuou aberto à visitação mesmo estando em situação irregular;

 

A nossa tragédia - Patrimônio histórico

Hipócritas choram sobre as cinzas do Museu Nacional; A elite brasileira desprezava o Museu Nacional. Se o governo tem dinheiro para começar a ‘reconstrução’, por que não o empregou antes da catástrofe?;

 

A nossa tragédia - Patrimônio histórico

Desastre: Incêndio no Museu Nacional do Rio destruiu acervo único sobre história africana; Kumbukumbu é uma palavra da língua africana swahili que resgata uma dimensão do passado que abre caminho para o futuro. Por esse simbolismo, a expressão dava nome à exposição sobre a arte africana do Museu Nacional, uma das que foram completamente destruídas pelo incêndio;

 

Economia

Está entre os que pertencem ao 01%: Amazon se torna a 2ª empresa a alcançar US$ 1 trilhão em valor de mercado; Divide a marca com a Apple; Valia US$ 600 bilhões em janeiro;

 

Economia

Na contramão das ordens expressas que determinam a venda de todos os passivos do Estado, governo Temer promete criar “escritórios” regionais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) para “alavancar” exportação. Os “escritórios” funcionarão em locais cedidos pelas federações industriais que são formadas pelas milhares de associações de indústrias espalhadas pelo Brasil. Mas não informa se a mão de obra utilizada nos “escritórios” será paga pelo Estado ou pela iniciativa privada? Este é o “Estado Mínimo” em voga: MDIC abrirá escritórios regionais para difundir políticas públicas de estímulo à atividade econômica;

 

Economia

E o capitalismo segue funcionando perfeitamente: 50 empresas vendem metade dos alimentos do mundo – e elas estão cada vez maiores;

 

Economia

É a máxima do Vampeta, “o governo finge que cobra e as empresas fingem que pagam”: Empresas do setor de cigarros devem R$ 21 bilhões em tributos; STF julga possibilidade de cassar registros; Indústria produziu 2,79 bi maços em 2017;

 

Economia

É a nossa história. Sempre quando ameaçamos despontar com o surgimento de uma indústria de base, o projeto que busca perenizar a nossa dependência como fornecedores de matéria-prima para abastecermos as grandes potências destrói o sonho que busca a emancipação econômica: Sob o domínio dos primários, Brasil empaca seu desenvolvimento; O legado do governo inclui uma contribuição para o aumento da dependência do País em relação às commodities;

 

Eleições 2018

Os amigos do “Messias”: ‘Pastor de Bolsonaro’ gastou meio milhão de reais com gasolina paga pelo eleitor;

 

Eleições 2018

Jogando o jogo: PT retira nome de Lula de jingle para se adequar a decisão do TSE; Lula não pode ser apresentado como candidato; PT tem até 11 de setembro para substituí-lo;

 

Eleições 2018

Estratégia do partido é deixar bem claro que a retirada de Lula do pleito é responsabilidade única e exclusiva do pessoal da justiça: Haddad, PT nunca colocou cálculo eleitoral acima da defesa de Lula; O candidato a vice afirma que o partido lutará até às últimas consequências pela candidatura do ex-presidente;

 

Internacional

Fora o futebol e depois do 7 a 1, os alemães estão de olho na gente: Jornais da Alemanha deram grande a incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro, lamentando a perda de material histórico. Visita do social-democrata Martin Schulz a Lula também foi tema;

 

Internacional

Guerra comercial e luta pelo poder: Reino Unido acusa formalmente dois cidadãos russos por envenenamento de ex-espião Skripal; Rússia diz que apontamento de nomes não significa "nada"; envenenamento de ex-espião em março abriu crise diplomática entre Moscou e Londres;

 

Internacional

Dívida de Angola à China é de US$ 23 mil milhões de dólares; O ministro das Finanças angolano, Archer Mangueira, disse que a dívida de Angola à China ronda os 23 mil milhões de dólares (19.659 milhões de euros);

 

Internacional

Em busca do século 21: ELN liberta prisioneiros mesmo sem garantias de acordo com governo da Colômbia;

 

Internacional

Em cumprimento do receituário liberal: Trabalhadores argentinos contestam nas ruas a nova receita de austeridade de Macri e o FMI;

 

Sociedade

Raízes do Brasil: Famílias tradicionais dominam a política brasileira. E isso não tem hora pra acabar; O clã Bolsonaro é só mais um que está incrustado na política brasileira. Há diversas famílias em todos os estados do país dominando a política local, controlando estatais e perpetuando a presença privilegiadas no serviço público a cada geração. É impossível entender o Brasil e suas relações políticas sem compreender o papel das grandes famílias;

 

Sociedade

Espelho, espelho meu: Maia, Bolsonaro e Daciolo não destinaram emendas para cultura e ciência; Levantamento considera deputados do RJ; Verbas vieram de apenas 13 deputados; Jandira Feghali foi a que mais destinou;

 

Sociedade

O último refúgio das elites: Descobrimos a mansão de R$ 5,8 mi dos juízes Bretas, que entraram na Justiça por auxílio-moradia;

 

Sociedade

Histórias da ditadura brasileira: Queimem Hugo Studart, seu livro, seu corpo!, pede Mario Rosa; Em síntese, o livro intitulado “Borboletas e Lobisomens” revela que alguns guerrilheiros fizeram acordo com o Exército e se transformaram em “mortos vivos”;

 

Sociedade

Palavra do senhor: Nada mais anticristão do que André Valadão, o pastor estrela que apoia Jair Bolsonaro; “como pastor, jamais testemunhei uma onda de ódio tão grande como a que tem tomado conta do cristianismo dito evangélico ou protestante na década atual”;

 

Segurança Pública

Enquanto uma parcela significante da sociedade brasileira (20%) acredita que a solução é o armamento da população, transformando o país num cenário de faroeste roliudiano e não combatermos o crime organizado com inteligência, a sensação de insegurança não parará de crescer: “Quantos mais vão precisar morrer?”; Os números recordes da violência no Brasil coincidem com o “plano de expansão” do PCC – e são o atestado de óbito da nossa segurança pública;