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  • Contato Brasil, 03 de maio de 2024 01:09:19
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  • 19/04/2024 06h42

    Fernando Haddad, em evento de ministros e presidente de banco centrais, enalteceu a importância dos bancos multilaterais de desenvolvimento, porém defendeu reformas

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    Foto: X do Ministério da Fazenda

    Fernando Haddad

    ( Publicada originalmente às 13h 00 do dia 19/04/2024 )

    (Brasílias-DF, 19/04/2024)   Nesta quinta-feira, 1, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou e se manifestou, em Washington(EUA),  nesta quinta-feira, 18, da 2ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais. Na sessão em que foi tratada a “Arquitetura Financeira Internacional para o Século XXI”, ele afirmou, entre outros pontos em seu discurso que o Brasil defende os bancos multilaterais como sendo indispensáveis neste Século 21 passado tanto em de sua idealização.

    “Os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento têm um papel crucial na construção de um mundo mais justo e sustentável.”, disse incialmente.

    Ele falou mais:

     

    “O octogésimo aniversário das instituições de Bretton Woods e a Cúpula do Futuro das Nações Unidas nos chamam a intensificar os esforços para que os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento sejam atores-chave na arquitetura financeira do século XXI.”, disse.

    Ele destaca que eles sejam orientados pelas prioridades nacionais de desenvolvimento.

     

    “No centro desses esforços está a necessidade de garantir que o apoio dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento seja orientado pelas prioridades nacionais de desenvolvimento, proporcionando benefícios tangíveis aos países beneficiários.”, disse.

    Compromisso

    Haddad falou da importância da reforma da governança global.

    “A reforma da governança global é uma prioridade da Presidência brasileira do G20. Com base no trabalho das presidências anteriores, estamos formulando, de maneira inclusiva e colaborativa, um Roteiro do G20 para promover Bancos Multilaterais de Desenvolvimento melhores, maiores e mais eficazes.”, disse.

    Ele destacou que reformas nos bancos multilaterais estão sendo feitas com resultados mas que é possível avançar mais ainda nessas reformas.

    “A reforma da Estrutura de Adequação de Capital já produziu resultados impressionantes em termos de capacidade adicional de empréstimo dos Bancos Multilaterais de  Desenvolvimento. No entanto, uma agenda substancial de reformas de médio prazo ainda precisa ser implementada.”, afirmou.

    Ele finaliza:

     

    “Avançar nossas propostas conjuntas nas instâncias pertinentes, garantindo que o Roteiro do G20 se traduza em decisões nos Conselhos dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento. Com a representação expressiva dos membros do G20 nessas instâncias, estou certo de que nosso compromisso coletivo abrirá caminho para o desenvolvimento sustentável e a prosperidade em escala global.”, disse.

     

    Veja a íntegra do discurso:

     

    2ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos

    Centrais

     

    Sessão 2: Arquitetura Financeira Internacional para o Século XXI

    Washington, 18 de abril de 2024

     

    Discurso de abertura do Ministro Fernando Haddad (8 minutos)

    Senhoras, Senhores, Ministras, Ministros, Presidentes de Bancos Centrais e

    líderes de organizações internacionais; bom dia a todos.

     

    Muito obrigada por suas contribuições para a excelente sessão de ontem à

    noite sobre finanças sustentáveis. Hoje trataremos de como mobilizar

    recursos, em especial do papel dos bancos multilaterais e do fortalecimento

    da arquitetura financeira internacional.

     

    Em 2015, os países se comprometeram a alcançar os Objetivos de

    Desenvolvimento Sustentável e a limitar o aumento da temperatura em

    relação aos níveis pré-industriais. A missão 1.5 reconhece que precisamos

    ir além e de forma urgente.

     

    No entanto, a meio caminho da implementação da Agenda 2030 para o

    Desenvolvimento Sustentável, mais da metade das suas metas apresentam

    progresso fraco ou insuficiente, enquanto quase um terço delas estão

    Dia 18.04 | 10h00 às 13h00 | G20 - 2ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais estagnadas ou retrocedendo.

     

    Cerca de 700 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza e o número de

    pessoas afetadas pela fome aumentou em 200 milhões em menos de uma

    década. Nossos países enfrentam um quadro desafiador para realizar a

    transição rumo a economias de baixo carbono e ambientalmente

    sustentáveis na velocidade e escala necessárias.

     

    Essa situação pode se agravar ainda mais sem financiamento adequado

    para o desenvolvimento e para o enfrentamento dos desafios climáticos.

    Os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento têm um papel crucial na

    construção de um mundo mais justo e sustentável. Além de oferecer

    financiamento anticíclico, alavancar recursos e mitigar riscos, eles também

    contribuem com conhecimento e experiência para soluções inovadoras.

    Para impulsionar o desenvolvimento transformador, no entanto, os Bancos

    Multilaterais de Desenvolvimento precisam intensificar seus esforços e

    trabalhar juntos de forma eficaz e em escala. Os bancos têm avançado nesse

    sentido por meio de iniciativas como: otimização de balanços, garantias

    inovadoras de portfólio e soluções de capital híbrido. Também a

    colaboração entre essas instituições se fortalece por meio do Grupo de

    Presidentes dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento.

    Contudo, mais precisa ser feito.

     

    O octogésimo aniversário das instituições de Bretton Woods e a Cúpula do

    Futuro das Nações Unidas nos chamam a intensificar os esforços para que

    os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento sejam atores-chave na

    arquitetura financeira do século XXI.

     

    Isso implica reformular as estruturas de governança para ampliar a

    representatividade dos países em desenvolvimento; implementar modelos

    operacionais que facilitem o acesso ao financiamento; aumentar a

    capacidade de financiamento; e conceber ferramentas de avaliação para

    maximizar o impacto de desenvolvimento. Essas medidas têm como

    objetivo comum promover Bancos Multilaterais de Desenvolvimento

    melhores, maiores e mais eficazes, em linha com o mandato atribuído pelos

    líderes do G20 em 2023.

     

    No centro desses esforços está a necessidade de garantir que o apoio dos

    Bancos Multilaterais de Desenvolvimento seja orientado pelas prioridades

    nacionais de desenvolvimento, proporcionando benefícios tangíveis aos

    países beneficiários. Isso envolve melhorar a capacidade dessas instituições

    de responder de forma eficaz e em escala aos desafios de desenvolvimento,

    focando em áreas onde elas podem agregar valor de forma sistêmica.

     

    A reforma da governança global é uma prioridade da Presidência

    brasileira do G20. Com base no trabalho das presidências anteriores,

    estamos formulando, de maneira inclusiva e colaborativa, um Roteiro do

    G20 para promover Bancos Multilaterais de Desenvolvimento melhores,

    maiores e mais eficazes.

     

    Para alcançar essa agenda ambiciosa, a Presidência brasileira do G20 criou

    sessões dedicadas dentro do Grupo de Trabalho sobre Reforma da

    Arquitetura Financeira Internacional e fortaleceu a colaboração com os

    Bancos Multilaterais de Desenvolvimento por meio do Grupo que reúne os

    seus Presidentes.

     

    Nesse contexto, eu gostaria de destacar a nota conjunta da Presidência do

    G20 e dos co-chairs do Grupo de Trabalho do G20 sobre Reforma da

    Arquitetura Financeira Internacional acerca do caminho que os Bancos

    Multilaterais de Desenvolvimento devem percorrer para que se tornem

    melhores, maiores e mais eficazes. A nota apresenta o progresso alcançado

    até o momento e delineia uma estrutura para a formulação do Roteiro do

    G20 ao longo deste ano.

     

    Gostaria também de agradecer a importante contribuição dos próprios

    bancos e do Grupo de Presidentes de Bancos Multilaterais de

    Desenvolvimento, em particular através do seu documento de “ponto de

    vista” (viewpoint), que traz contribuições instrumentais para a iniciativa.

    O Roteiro do G20 para Bancos Multilaterais de Desenvolvimento melhores,

    maiores e mais eficazes será submetido para aprovação dos Ministros das

    Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais dos países do G20 na sua 4ª

    reunião em outubro, após deliberação com os membros do G20, os Bancos

    Multilaterais de Desenvolvimento e os grupos de engajamento do G20.

    Também levaremos essas propostas a fóruns-chave que discutem a reforma

    da governança global, como o “Finance in Common” e a Cúpula do Futuro

    das Nações Unidas.

     

    Entre os componentes centrais do Roteiro do G20 está o incentivo a

    compromissos ambiciosos para a reposição do capital e a expansão das

    janelas concessionais dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento. Além

    disso, estamos avançando nas discussões sobre o aumento geral de capital

    e a possível criação de um mecanismo de revisão das necessidades de

    capital dessas instituições, de modo a garantir que elas continuem aptas a

    cumprir seus mandatos e alcançar objetivos globais mais ambiciosos.

    Avançar na adequação de capital e na otimização do balanço patrimonial

    dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento compõem outro componente

    chave do Roteiro do G20. Iniciada sob a presidência italiana e continuada

    sob a liderança da Indonésia e da Índia, a reforma da Estrutura de

    Adequação de Capital já produziu resultados impressionantes em termos

    de capacidade adicional de empréstimo dos Bancos Multilaterais de

    Desenvolvimento. No entanto, uma agenda substancial de reformas de

    médio prazo ainda precisa ser implementada.

     

    Ao mesmo tempo, é fundamental preservar a solidez dessas instituições e

    sua capacidade de financiar o desenvolvimento. Para isso, atenção especial

    deve ser dada à criação de instrumentos de financiamento inovadores, de

    modo a expandir de forma segura os balanços patrimoniais dos bancos.

    Nesse sentido, aprecio a nota do G20 sobre a canalização dos Direitos

    Especiais de Saque para os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e

    convido os membros do G20 a continuarem seus esforços para estudar e

    considerar este mecanismo como um instrumento potencial para

    alavancar significativamente a capacidade de financiamento dos bancos.

     

    A implementação da Estrutura de Adequação de Capital e os instrumentos

    de financiamento inovadores que surgiram nos últimos anos tem influência

    sobre os indicadores e análises de risco realizadas pelas agências de

    classificação de crédito. É crucial que o G20 incentive discussões sobre o

    papel dessas agências, incluindo considerações sobre a avaliação de risco

    dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e de que modo novas

    propostas, tais como “callable capital”, capital híbrido e garantias de

    portfólio, podem ser mais bem refletidas em suas metodologias.

     

    A Presidência do G20 permanece atenta às medidas destinadas a criar uma

    arquitetura para os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento mobilizarem

    capital privado e atrair investimentos privados, incluindo esforços para

    promover financiamento em moeda local em escala e reduzir a exposição

    dos países em desenvolvimento ao risco cambial.

     

    Nesse sentido, acolho com satisfação as experiências inovadoras dos

    Bancos Multilaterais de Desenvolvimento nesse campo, como o apoio do

    Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Banco Mundial ao Eco

    Invest Brasil e ao Plano de Transformação Ecológica do meu país, bem

    como o lançamento da nova Plataforma de Garantia de Portfólio do Banco

    Mundial.

     

    Para concluir, à medida que buscamos cumprir o mandato de nossos líderes

    para tornar os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento melhores, maiores

    e mais eficazes, cabe aos países do G20 se unir e liderar os esforços de

    reforma da arquitetura financeira internacional. Isso requer avançar nossas

    propostas conjuntas nas instâncias pertinentes, garantindo que o Roteiro

    do G20 se traduza em decisões nos Conselhos dos Bancos Multilaterais de

    Desenvolvimento.

     

    Com a representação expressiva dos membros do G20 nessas instâncias,

    estou certo de que nosso compromisso coletivo abrirá caminho para o

    desenvolvimento sustentável e a prosperidade em escala global.

     

    Muito Obrigado

     

     

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr. )

     

     

     


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