Reforço para a transposição repercute entre os senadores nordestinos

( Publicada originalmente às 16h 06 do dia 13/07/2016) 

 

(Brasília-DF, 14/07/2016) A decisão do Governo Federal em dar um aporte mensal de R$ 100 milhões para dar mais fôlego na construção das obras da Transposição do São Francisco repercutiu junto aos senadores nordestinos.

O líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), destacou nesta quarta-feira ,13, a iniciativa do governo federal de dar prioridade às obras da transposição do Rio São Francisco, bem como às ações para sua revitalização.

O peemedebista informou que o presidente Michel Temer decidiu liberar cerca de R$ 100 milhões adicionais por mês para as construtoras que tocam as obras da transposição do rio São Francisco e dos canais complementares nos Estados do Nordeste.

Segundo as informações repassadas pelo Ministério da Integração, como assegurou Eunício, o governo irá garantir um pagamento mensal de R$ 215 milhões para as obras. Antes, esse limite estava em R$ 150 milhões.

Para o senador cearense, o ato demonstra o compromisso do atual governo com o desenvolvimento do Nordeste, por querer solucionar de vez um problema que se mantém há várias gerações como promessa de campanhas eleitorais.

“Sempre estivemos à frente dessa luta, cobrando e exigindo atenção para nossa região, e esse ato do governo representa a vontade de fazer diferente e querer resolver de vez um problema tão antigo. Essa obra, que já era prioridade para nós, agora torna-se prioridade também do governo”, reconheceu Eunício.

Em relação aos Estados, os repasses mensais para obras feitas por meio de convênio foram triplicados. Os valores passaram de R$ 6 milhões a R$ 10 milhões para R$ 15 milhões a R$ 30 milhões por mês para cada Estado.

Com inauguração adiada inúmeras vezes por governos anteriores, e com repasses reduzidos devido aos cortes do Orçamento em 2015 e 2016, a entrega das obras está prevista para abril ou maio de 2017.

Revitalização

Eunício também destacou a informação passada pelo Ministério da Integração de que, dentro de alguns dias, o governo federal irá lançar um programa de obras com o objetivo de revitalizar o Rio São Francisco por um período de 10 anos.

Segundo a pasta, serão desempenhadas ações de despoluição das águas, conservação do solo, reflorestamento das margens e saneamento da bacia do rio, tudo já com previsão na peça orçamentária do ano que vem.

Para Eunício, a inciativa é fundamental para garantir o sucesso da transposição. “É importante garantir a sustentabilidade do rio para que essa transposição possa chegar aos demais estados do Nordeste”, disse.

Benedito de Lira

O senador Benedito de Lira (PP-AL), líder do PP no Senado,  classificou a decisão do governo Temer como uma conquista da luta em defesa da revitalização do rio São Francisco. O senador tem denunciado a situação em reiterados pronunciamentos da tribuna do Senado. Segundo ele, "a situação atual é lastimável, de dar dó. Podemos dizer que o rio está morrendo de sede".

Falou que o outrora impávido e colossal Rio da Integração Nacional está irreconhecível em diversos pontos de seu curso, desde a nascente na Serra da Canastra até a sua foz, na divisa entre Sergipe e Alagoas. No trecho do rio que banha a cidade de Piranhas, em pleno sertão alagoano, onde antes só se chegava de barco, agora dá para atravessar a pé.

Em sua maior represa, na Barragem de Sobradinho, o nível hoje está em alarmantes 17%. A seca é tamanha que já podem ser amplamente vistas as ruínas dos povoados inundados à época da construção da barragem, na década de 1970.

"O fato é que, ao enfrentar a maior seca dos últimos cem anos, a ação humana contribui decisivamente para agravar ainda mais os seus efeitos. Com as matas ciliares devastadas, o assoreamento de suas margens e o mau uso de suas represas e barragens, o bicho-homem tem aumentado a cruel sangria do Velho Chico, tornando-o cada vez mais enfraquecido e aquém de suas possibilidades econômicas", explicou.

O parlamentar alagoano disse também que é urgente a recuperação do Velho Chico, até para que se possa, com segurança hídrica para toda a população ribeirinha, repartir a sua outrora farta capacidade de abastecimento com os irmãos nordestinos mais ao norte.

Embora não tenha ocorrido o anúncio oficial, o senador Benedito de Lira conclamou os prefeitos, principalmente os das 85 cidades ribeirinhas em situação mais crítica, a promoverem ações imediatas como forma de ganharem tempo. Segundo ele, as ações básicas são recuperar matas ciliares, acabar com o contínuo assoreamento e despejo de esgoto em suas margens e promover o uso sustentável e manejado de suas águas.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)