31 de julho de 2025
Nordeste e Desenvolvimento

Assembleia Legislativa potiguar debate seca e transposição do rio São Francisco

Reivindicação principal é estender obras até o Rio Grande Norte com a construção de um canal ligando o estado à Paraíba

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( Publicada originalmente às 18h 57 do dia 24/09/2015) 

 

(Brasília-DF, 25/09/2015) A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte realizará, em parceria com o Senado Federal, um debate sobre a seca no estado e as obras de transposição do rio São Francisco na segunda-feira, 28. Deputados federais, senadores, prefeitos, vereadores e lideranças políticas confirmaram participação no evento, que terá a presença do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi.

O objetivo dos deputados estaduais norte-riograndenses é estender as obras feitas na Paraíba, Pernambuco e Ceará sejam estendidas ao Rio Grande do Norte, que poderá ser beneficiado com a construção do canal de seis quilômetros.  Este canal fica no trecho do estado para a Paraíba. A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) fez pronunciamento na tribuna do plenário do Senado nesta quinta-feira, 24, para falar sobre o assunto.

Antecipação

Como articuladora do debate na Assembleia Legislativa de seu estado, Fátima Bezerra detalhou que o ponto prioritário é a reivindicação do trecho que parte da barragem de Caiçara para a de São José de Piranhas, ambas na Paraíba, fazendo com que as águas do Velho Chico sejam perenizadas no Rio Piranhas-Açu e, desta forma, desaguem no Rio Grande do Norte antes do previsto.

A reivindicação dos potiguares será feita ao ministro Gilberto Occhi. Fátima Bezerra lembrou que a mesma solicitação já havia sido feita à presidenta Dilma Rousseff pelo governador Robinson Faria (PSD), quando houve a inauguração dos 45 Km de canal do eixo norte do projeto de transposição, no mês de agosto, em Cabrobró (PE).

Estudos

Semana passada, quando houve audiência que discutiu soluções para o desabastecimento dos municípios de Acari e Currais Novos, no Ministério da Integração Nacional, o assunto voltou a ser mencionado. "Naquela ocasião, o ministro se mostrou solícito, disse que os estudos para o canal estão sendo realizados e garantiu que todo o esforço será feito para viabilizá-lo e para que o Rio Grande do Norte seja contemplado o mais rápido possível", afirmou Fátima Bezerra.

As obras de transposição do rio São Francisco estão sendo feitas em mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos (Norte e Leste) ao longo do território de quatro Estados nordestinos (Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte) para o desvio das águas do Rio com nove estações de bombeamento.  Na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte o tema tem sido debatido durante as sessões plenárias, audiências públicas e nas reuniões da Frente Parlamentar da Água e do Comitê de Combate a Seca.

Aditivo

Fátima Bezerra defende que o governo federal edite mais um aditivo à obra para que o canal seja viabilizado antes que os operários e as máquinas que estão próximos ao local sejam deslocados para outro trecho da transposição. "Estamos com mais de quatro anos de seca e se esse canal não chegar ao estado teremos que esperar até o final do próximo ano, o que é inviável, dada a situação de gravidade", defendeu.

Para a senadora, a obra da Transposição representa tranquilidade ao Nordeste, região que sofre corriqueiras dificuldades face a seca. “A conclusão da transposição do rio São Francisco em todos os seus eixos representará um fato histórico: pela primeira vez, o povo do sertão não vai precisar contar quantos dias já se passaram desde a última chuva ou contar quantos copos d’água seriam utilizados pela família durante aquela semana”, comentou.

Inspeção

O presidente da Comissão Especial de Acompanhamento das Obras de Transposição de Águas do Rio São Francisco, senador Raimundo Lira (PMDB-RN), fez pronunciamento na tribuna do plenário do Senado para falar da inspeção que fará nesta sexta-feira, 25, às obras do Eixo Norte, junto com o ministro Gilberto Occhi. Dentre as cidades visitadas está São José de Piranhas, onde há um dos trechos da obra, inclusive o Túnel Cuncas, o maior do Brasil.

Raimundo Lira aproveitou para comentar sobre a reivindicação que tem feito ao Governo Federal, da inserção do chamado Ramal Piancó da Transposição, a ser integrado ao Eixo Norte do projeto, que, se concretizado, vai abastecer o açude de Coremas e beneficiar mais 40 municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

“Uma obra que, sem dúvida nenhuma, é a grande aspiração de anos e anos, desde Dom Pedro II, do povo nordestino, que é um povo trabalhador, e que não deve sair da sua região por falta de água. Com a chegada da transposição, esta razão não será mais usada para que os nordestinos saiam do seu solo tão querido”, disse Raimundo Lira.

(Da Redação, com assessoria. Edição de Valdeci Rodrigues)