31 de julho de 2025
Nordeste e Poder

PDT rompe com a base governista e líder avisa que partido vai adotar posição de ‘independente’ na Câmara; Lupi e Dias já avaliam próximos passos

Líder da bancada do PDT na Câmara, André Figueiredo, diz que o partido não vai mais participar das reuniões do Colegiado de Líderes da Base

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André Figueiredo, líder do PDT, na Câmara Federal

( Publicada originalmente às 21h 26 do dia 06/08/2015) 

 

(Brasília-DF, 06/08/2015) O Líder da bancada do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), anunciou em coletiva à imprensa na noite desta quarta-feira, 05, rompimento definitivo com a base governista e avisou que a partir de agora o partido vai adotar posição de ‘independente’ na Câmara.

“De forma recorrente e despeitosa, o PDT está sendo sempre chamado de infiel e traiçoeiro, porque o PDT é o único partido da base que se manifesta previamente de como vai se portar nas votações”, argumentou o parlamentar.

Ele disse que o partido não vai mais participar das reuniões da base governista. “Não vamos mais participar de reuniões do Colegiado de Líderes da Base e vamos adotar uma postura de independente aqui na Câmara dos Deputados”.

O líder pedetista enfatizou que os próximos passos serão definidos pelo partido como um todo.  "Os próximos passos tem que ser tomada pela decisão orgânica do partido, porque tem um bancada também no Senado , tem uma Executiva Nacional"

E enfatizou que não se trata de fazer posição ao governo, mas ter uma postura de independência nas votações em Plenário.

“O PDT na Câmara não é oposição. E não participa do Colegiado de Líderes da Base. Então é adotar uma postura que sempre tomou: de votar independência, de votar com o governo em temas que são importantes, mas tendo nossa posição”.

A gota d´agua

Segundo o parlamentar cearense, a ‘gota d´água’ foi a decisão anunciada pelo partido em votar favorável à PEC 443 - que vincula o subsídio das carreiras da AGU e das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal ao subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

“A gota d´água foi justamente as acusações que temos ouvidos de forma infundadas, porque o PDT foi o único partido da base que se manifestou favoravelmente à PEC 443 e disse isso de forma muito clara. E fomos taxados de traidores pela liderança do Governo.  Isso tem feito forma recorrente por ele (José Guimarães, líder do Governo na Câmara) e por alguns representantes do governo”, queixou-se o líder.

Lupi e Dias

André Figueiredo informou que já comunicou a posição da bancada pedetista na Câmara ao ministro do trabalho Manoel Dias e ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. “É lógico que isso tudo vai ter uma evolução”, avaliou.

Segundo ele, “Lupi deu total liberdade para bancada do PDT e compreende inclusive que a nossa permanência na base tem prazo de validade”.

Quanto ao ministro Manoel Dias, o líder disse que ele respeitou a decisão da bancada.

“Ele fica numa posição, claro, incômoda, por ser ministro, mas ele mesmo respeito que a partir dessa decisão da gente tem que começar a discutir quando se dará o próximo passo”.

Relação difícil

Postura O Líder do PDT na Câmara também enfatizou que a postura do partido não pode ser comparada coma do PSB.

“O PSB não se declara das base do governo. Nós hoje nos declaramos fora do colegiado de líderes da base"..

Ao ser questionado porque o governo está tendo tanto dificuldade de recuperar a unidade da base, Figueiredo culpou a articulação do governo dentro do próprio Parlamento.

“Isso é difícil de se dizer. Mas creio que falta uma articulação política mais efetiva, mesmo com o vice Michel Temer tendo feito e está fazendo um esforço hercúleo, mas não é suficiente. Aqui dentro do Parlamento essa relação entre governo e partidos da base deixa muito a desejar”, acrescentou.

(Por Gil Maranhão, Para Agencia Política Real, com edição de Genésio Jr.)