( Publicada originalmente às 14h 44 do dia 29/07/2019) 

(Brasília-DF, 30/07/2019)  O presidente Jair Bolsonaro não tem uma segunda-feira, 29 de julho, dedicado a fazer manifestações nem eventos públicos ou solenes, mas na saída do Palácio do Alvorara ao sair para cumprir agenda de trabalho no Palácio do Planalto falou aos jornalistas e tratou de fazer polêmica.

Ao ser questionado porque ele não quis recorrer da decisão judicial que determinou internação cumpulsória  a Adélio Bisco, que tentou matar o então candidato à presidência em 2018, em Juiz do Fora(MG) - por conta de doença mental, ele criticou o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB), Felipe Sant Cruz, pelo fato da entendida ter trabalhado para manter reservas legais aos advogados de Adélio Bispo.  Ele também agrediu a memória do pai de Felipe Santa Cruz – Fernando Augusto Santa Cruz - , que foi morto durante a Ditadura Militar de 1964.

“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar e essas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro “, disse Bolsonaro.

REPÚBLICA HACKEADA

O Presidente Jair Bolsonaro foi mais além em suas colocações polêmicas.  Ele ao ser questionado novamente sobre as investigações da “Operação Spoofing” sugeriu que o jornalista Glenn Greenwald, fundador do site “The Intercept Brasil”, que vem divulgando mensagens envolvendo o procurador chefe da Lava Jato, em Curitiba, Delatan Dellangnol e o ministro da Justiça, Sério Moro, então juiz que comandava a Lava Jato.  Ele disse que Greenwald cometeu crime.

"Eu estou achando que, no meu entender, ele cometeu um crime porque em outro país ele estaria já numa outra situação. Espero que a Polícia Federal chegue, ligue realmente todos os pontos. No meu entender isso teve transações pecuniárias. E pelo que tudo indica a intenção é sempre atingir a Lava Jato, atingir o [ministro] Sergio Moro, a minha pessoa, tentar e desqualificar e desgastar. Invasão de telefone é crime, ponto final", afirmou.

Ele disse que Greenwald não deveria usar a condição de jornalista para trabalhar com material fruto de crime.

"Não pode se escudar 'sou jornalista'. Jornalista tem que fazer seu trabalho. Preservar o sigilo da fonte, tudo bem, agora uma origem criminosa o cara vai preservar o crime invadindo a República? Desgastando o nome do Brasil lá fora inclusive? Espero que a PF chegue... Não é fácil, mas chegue aos finalmente", afirmou ao deixar o Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (29).

ATACOU A IMPRENSA

O Presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a imprensa dizendo que vai ficar na Presidência até 2022. Ele disse que os jornalistas estavam à porta do Palácio do Alvorada para encontrar declarações para serem usadas contra ele.

"Não sou o dono da verdade, aqui a imprensa vai ter a oportunidade de quem quiser fazer um bom jornalismo. Vai tirar pedacinhos e descer o cacete em mim, com toda a certeza vocês fazem plantão aqui, estão aqui orientados ou designados para ficar aqui e ouvir o que estou falando e tentar me desgastar o tempo todo. Olha, se Deus me der vida eu vou ficar até 2022, pode ter certeza disso."

( da redação com edição de Genésio Araújo Jr)