( Publicada originalmente às 21h 10 do dia 16/07/2019) 

(Brasília-DF, 17/07/2019) O senador Humberto Costa (PT-PE) e os deputados Gleise Hoffmann (PT-PR) e Paulo Pimenta (PT-RS) acionaram nesta terça-feira, 16, a Receita Federal para saber se a renda dos procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobom são compatíveis com aquilo que ganham de salários.

Ambos são acusados, após divulgação de denúncias, de querer explorar comercialmente a fama da operação Lava Jato que desde 2013 encaminhou uma série de prisões e desbaratamento de esquemas de corrupção envolvendo agentes políticos com construtoras.

“Como se verifica, ambos procuradores movimentaram vultuosos recursos ao longo dos últimos anos, fora da atividade pública, sem que se tenha absoluta certeza se tais valores foram efetivamente declarados nas suas prestações de contas com o Fisco, haja vista a tentativa, demonstrada nos diálogos [vindo a público] para assegurar de modo ilícito o recebimento desses recursos extras, que são incompatíveis com o exercício do cargo”, escreveram os três petistas no requerimento endereçado ao secretário de Receita Federal, marcos Cintra.

INVESTIGAÇÃO

Os também deputados petistas Bohn Gass (RS), Rogério Côrrea (MG) e Leonardo Monteiro (MG) em visita a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediram que o Ministério Público Federal investigue eventuais crimes cometidos pelos procuradores da Lava Jato a frente de R$ 6,8 bilhões obtido junto a um acordo com Odebrecht para que fosse aplicado num fundo que seria administrado pelos procuradores.

Os três parlamentares sustentam que os procuradores, coordenados por Deltan Dallagnol, cometeram os crimes de prevaricação, associação criminosa e improbidade administrativa, além de delitos eleitorais e processuais.

“Fizeram uma tramoia à margem da lei para manipular e forjar provas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dallagnol ainda armou um esquema para lucrar com o prestígio da Lava Jato, para ganhar vultuosas quantias com palestras. São denúncias graves que devem ser investigadas a fundo”, comentou Correia.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)