( Publicada originalmente às 17h 41 do dia 15/07/2019) 

(Brasília-DF, 16/07/2019) A intenção do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) de querer indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal (STF) é mais um equívoco. A avaliação é da senadora Simone Tebet (MDB-MS), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Segundo ela, o presidente brasileiro “erra mais ao falar” do que quando age. Além da declaração sobre o futuro membro da Suprema Corte que substituirá o ministro Celso de Mello no próximo ano, a senadora garante que de todos os erros cometidos por Bolsonaro, o pior é quando ele atenta contra as instituições democráticas.

“Olha, é até difícil falar isso do presidente, não é? Mas se ele quisesse colocar – ao meu ver um absurdo – o terrivelmente aí que não serve, pode escolher um evangélico. É um direito que ele tem. Mas ao meu ver foi, no mínimo, uma declaração equivocada, de amador. O termo é até outro, por quê? Porque ele pode até colocar alguém que ele considere entre aspas o que ele entende de terrivelmente evangélico, sem poder dizer. A gente ia apenas falar aquele evangélico, sim, e qual o problema? E nós não vamos avaliar [se o indicado] é evangélico ou ateu”, comentou Tebet.

“Nós vamos avaliar se ele tem competência, ou não. Então, é assim, isso é um erro e são essas coisas, e eu acho que o presidente erra mais ao falar do que ao agir. E se ele não tivesse falado e indicasse alguém terrivelmente evangélico, ou o que sei lá o que significa terrivelmente? Nós não estaríamos falando nada aqui. Nós estaríamos debatendo se [o indicado] é capaz, ou não é capaz. Então é um erro. Foi um erro dele. Mas o maior erro dele é querer ir contra as instituições democráticas. Esse é o maior erro dele”, complementou.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)