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Nordestinas
  • 04/06/2019 07h15

    OPOSIÇÃO: Humberto Costa, líder do PT, diz que Bolsonaro se equivoca em ignorar as manifestações pela Educação

    Veja a íntegra da fala do senador pernambucano
    Foto: Roberto Stuckert Filho / assessoria

    Senador Humberto Costa no plenário do Senado

    ( Publicada originalmente às 16h 41 do dia 03/06/2019) 

    (Brasília-DF, 04/06/2019) O líder do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal, Humberto Costa(PT-PE) foi um dos primeiros senadores a se manifestarem na tarde desta segunda-feira, 03, oportunidade em que destacou os eventos da semana passada. Ele disse que o Presidente Jair Bolsonaro se equivoca em ignorar os eventos voltados para a Educacão que vem levando as pessoas às ruas.  

    Segundo Costa, as manifestações registradas em centenas de cidades em todas as unidades da federação do país ocorreram sem apoio oficial, sem dinheiro para aluguel de palanques e trios elétricos e sem abadá e dancinha organizada. Ele lembrou que o próximo dia 14 será marcado por uma grande greve geral, com críticas ao governo.

    “Ao invés de ouvir o recado das ruas, o presidente parte para o confronto, hostilizando manifestantes e querendo diminuir a dimensão dos atos. No mesmo dia em que o Brasil estava tomado, quinta-feira passada, Bolsonaro fez uma patética live nas redes ignorando quem protestou. O ministro da Educação, especialista em vídeos vexatórios, foi ainda pior: partiu para a coação e o constrangimento, por meio oficial, dos manifestantes”, afirmou.

    Para Humberto, a orientação do ministro Abraham Weintraub para que professores, servidores, funcionários, alunos e pais que defendem os protestos contra os cortes na educação fossem denunciados é absolutamente atentatória ao Estado democrático de Direito e se trata de um ato inaceitável e criminoso.

    O parlamentar ressaltou que o Ministério Público – depois de já ter ingressado com uma ação civil pública e cobrar R$ 5 milhões do ministro por danos morais coletivos pelas ofensas à comunidade acadêmica – recomendou ao MEC que cancelasse a nota emitida, por violar a lei, e se retratasse.

    “Parece inacreditável tanto amadorismo, tanta trapalhada, tanta inconsequência no MEC, onde deveríamos ter competência, seriedade e excelência na condução de políticas públicas essenciais ao país. É o retrato de um governo absolutamente incapaz e incompetente”, sentenciou.

    O líder do PT no Senado entende que, até agora, essa retórica de campanha de Bolsonaro a nada tem servido, senão a acirrar ânimos e gerar conflitos que minam a estabilidade do próprio governo e prejudicam o Brasil. O senador acredita que, sem reação à pauta popular, o governo será fortemente pressionado pelas ruas.

    “Estamos às vésperas de uma greve geral, que virá no dia 14 de junho. E isso não vai parar. Essa insatisfação do povo só vai aumentar mais a cada dia. As ruas estão dando o seu recado e Bolsonaro precisa ter a humildade de escutá-las e corrigir os rumos”, disse.

    Veja a íntegra da fala do senador pernambucano:

    Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, pessoas que nos acompanham pela TV Senado, pela rádio Senado, pelas redes sociais, todos e todas que nos escutam, primeiramente, Lula livre! Ontem, grande manifestação com artistas na cidade de São Paulo.

    Sr. Presidente, o último dia 30 foi marcado por grandes manifestações em todo o País, que reuniram, em centenas de cidades dos 26 estados e do Distrito Federal, mais de 1 milhão de pessoas. Estudantes, professores, pais, brasileiras e brasileiros que defendem a educação voltaram às ruas para externar seu profundo descontentamento com a forma com que este Governo de Bolsonaro tem tratado o ensino público.

    Foi a segunda vez em menos de um mês que esses protestos tomaram o País. Sem apoio oficial, sem dinheiro para aluguel de palanques e trios elétricos, essas manifestações espontâneas de uma população absolutamente indignada com os cortes orçamentários e o consequente sucateamento das instituições públicas de ensino em todo o Brasil são absolutamente legítimas.

    E o Governo, que deveria ouvir o recado, parte para o confronto direto, hostilizando os manifestantes e querendo diminuir a dimensão dos protestos.

    Na mesma quinta-feira em que o Brasil estava tomado, o Presidente fez uma patética live no Facebook, ignorando completamente os brasileiros que foram às ruas.

    O Ministro da Educação, especialista em gravar vídeos vexatórios, foi ainda pior: partiu para a coação e o constrangimento, por meio oficial, contra os manifestantes. Sua orientação para que professores, servidores, funcionários, alunos e pais que defendem os protestos fossem denunciados é absolutamente atentatória ao Estado democrático de direito, é inaceitável e criminosa, no meu ponto de vista. Não à toa, o Ministério Público Federal, depois de já ter ingressado com uma ação civil pública e cobrar R$5 milhões do Ministro Abraham Weintraub por danos morais coletivos em razão de suas ofensas à comunidade acadêmica, recomendou que o MEC cancelasse a desastrada nota emitida, por flagrante violação da lei, e se retratasse pela barbaridade.

    Parece inacreditável tanto amadorismo, tanta inconsequência onde deveríamos ter competência, seriedade e excelência na condução de políticas públicas essenciais ao País, mas é esta a imagem deste Governo: a da nulidade, a do fracasso e do vazio de ideias. Este é um governo sem qualquer proposta, sem agenda, sem projeto para o Brasil. É o Governo da inércia, da paralisia, da inação, que assiste ao PIB encolher, ao desemprego aumentar, à renda dos brasileiros cair, à inflação disparar e nada faz para combater este cenário de caos social, para o qual o País tem sido arrastado... ... cada dia mais. É lamentável!

    São quase seis meses de Governo, mas já é tempo suficiente para o mercado sentenciar 2019 como um ano perdido. Quando muito, esta maré ruim só passaria no ano que vem. A gente já tem que cuidar de 2020, porque 2019 já era em termos de recuperação econômica. E, mesmo assim, eu tenho sérias dúvidas. A julgar pela absoluta ausência de agenda, não vejo como o Brasil alavancar no ano que vem.

    A oposição tem feito a sua parte de criticar, de apresentar caminhos, mas nada disso é suficiente diante da enorme incompetência...... deste Governo que nada tem a apresentar para fazer face aos graves problemas pelos quais passa o Brasil. Ou o Governo se mexe e apresenta uma pauta consistente para tirar o País da crise, ou vamos mergulhar em uma depressão econômica que redundará em um sério colapso social.

    Até agora, a retórica histérica e ultrapassada de campanha a nada tem servido senão a acirrar ânimos e gerar conflitos que minam a estabilidade do próprio Governo e prejudicam o Brasil.

    O Presidente tem de mostrar seu projeto para o País e sair da pauta falida e cansada de armar a sociedade, de desligar radares de rodovias. As pessoas querem é saber como vão recuperar o emprego perdido, como aumentar a sua renda; elas querem poder fazer o seu supermercado com tranquilidade, poder voltar a ter o direito de comprar um botijão de gás. É isso que as pessoas querem do Governo, mas o Presidente não apresenta nada, porque a sua administração é oca, é um vazio de ideias e de propostas.

    Estamos aí às vésperas de uma greve geral, que virá no dia 14 de junho – e isso não vai parar. Essa insatisfação popular só vai aumentar mais a cada dia. As ruas estão dando o seu recado, e o Presidente precisa ter a humildade de escutá-las e corrigir os rumos.

    Temos um exemplo a observar aqui ao nosso lado. A Argentina está afundada pela política ultraliberal de Maurício Macri, que em nada ajudou o país; ao contrário, acentuou uma crise econômica com sérios reflexos sociais. É isso que o Brasil quer? É esse o caminho que queremos trilhar?

    Este Governo inoperante precisa, enfim, agir rapidamente para evitar que o País quebre e, principalmente, que haja uma séria fratura social que vitime a nossa já combalida população. As pessoas não aguentam mais tanto amadorismo e tanta barbeiragem no comando do País.

    Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

    ( da redação com informaçòes de assessorias. Edição: Genésio Araújo Jr)

     


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