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Nordestinas
  • 22/05/2019 07h40

    ARMAS: Governadores assinam carta contra o decreto que deu mais acesso a compra e transporte de armamentos; governadores avaliam que vai aumentar a criminalidade

    Veja a íntegra da carta
    Foto: arquivo Política Real

    Governadores se colocam contra o decreto das armas

    ( Publicada originalmente às 12h 40 do dia 21/05/2019) 

    (Brasília-DF, 22/05/2019)    Foi divulgado nesta terça-feira, 21, documento assinado por 14 governadores - sendo 9 deles do Nordeste, três do Norte, um do Sudeste e 1 do Centro Oeste - contra o novo decreto de Regulamentação de Armas e Munições apresentando pelo do presidente Jair Bolsonaro, Decreto Presidencial n. 9.785 de 07 de maio de 2019. No documento, uma “ Carta dos Governadores”, como eles vem usando em suas manifestações conjuntas - os chefes do Executivo de 13 estados e do Distrito Federal manifestam sua preocupação com a flexibilização da atual legislação do controle de armas e munições.

    Para os signatários da carta, os problemas de segurança registrados no país são um entrave ao seu desenvolvimento social e econômico. Na sua avaliação, o acesso facilitado a armas e munições, que podem ser usadas de forma ilícita, impõe um desafio ainda maior ao enfrentamento e combate à violência.

    A argumentação dos governadores é que, em vez de aumentar a segurança, a flexibilização no controle das armas tende a aumentar os índices de violência no país.

    Além do governador baiano, também assinam o documento o chefe do Executivo dos estados do Maranhão, Piauí, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Amazonas e Tocantins, assim como o do Distrito Federal.

    Veja a íntegra da carta:

    Carta dos Governadores sobre o Decreto Presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e a Regulação Responsável de Armas e Munições no País

    Como governadores de diferentes estados do país, manifestamos nossa preocupação com a flexibilização da atual legislação de controle de armas e munições em razão do decreto presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e solicitamos aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União que atuem tanto para sua imediata revogação como para o avanço de uma efetiva política responsável de armas e munição no país.

     

    Sabemos que a violência e a insegurança afetam grande parte da população de nossos estados e que representam um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento humano e econômico do Brasil. Nesse contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e munições que são usadas de maneira ilícita representa um enorme desafio para a segurança pública do país e é preciso enfrentá-lo.

    Por essa razão, é urgente a implementação de ações que melhorem a rastreabilidade das armas de fogo e munições durante toda a sua existência, desde sua produção. Também é fundamental aumentar os meios de controle e fiscalização para coibir os desvios, enfrentar o tráfico ilícito e evitar que as armas que nascem na legalidade caiam na ilegalidade e sejam utilizadas no crime. Reconhecemos que essas não são  soluções mágicas, mas são condições necessárias para a melhoria de nossa segurança pública.

    Diante deste cenário, e a partir das evidências disponíveis, julgamos que as medidas previstas pelo decreto não contribuirão para tornar nossos estados mais seguros. Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na violência – aumentando por exemplo, a quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos – e aumentarão os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias.

    As soluções para reverter o cenário de violência e insegurança no país serão fortalecidas com a coordenação de esforços da União, Estados e Municípios para fortalecer políticas públicas baseadas em evidências e para implementar o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, fortalecendo a prevenção focalizada nas populações e territórios mais afetados pela violência e a repressão qualificada da criminalidade.

    Reforçamos nosso compromisso com o diálogo e com a melhoria da segurança pública do país. Juntos, podemos construir um Brasil seguro para as atuais e futuras gerações.

                                                                                      

    IBANEIS ROCHA

    Governador do Distrito Federal

    FLÁVIO DINO

    Governador do Estado do Maranhão

    WELLINGTON DIAS

    Governador do Estado do Piauí

    PAULO CÂMARA

    Governador do Estado de Pernambuco

    CAMILO SANTANA

    Governador do Estado do Ceará

    JOÃO AZEVEDO

    Governador do Estado da Paraíba

    RENATO CASAGRANDE

    Governador do Estado do Espírito Santo

    RUI COSTA

    Governador do Estado da Bahia

    FÁTIMA BEZERRA

    Governadora do Estado do Rio Grande do Norte

    RENAN FILHO

    Governador do Estado de Alagoas

    BELIVALDO CHAGAS

    Governador do Estado de Sergipe

    WALDEZ GÓES

    Governador do Estado do Amapá

    MAURO CARLESSE

    Governador do Estado do Tocantins

    HELDER BARBALHO

    Governador do Estado do Pará

     

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)

     


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