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Nordestinas
  • 17/05/2019 07h43

    Presidente do Banco Central culpa falta de educação financeira do brasileiro pelo juro alto do cartão de crédito

    Roberto Campos Neto afirmou, ainda, que a falta de “conscientização” também é outro problema que ajuda a explicar os juros altos no cheque especial
    Foto: Roque Sá/ Ag. Senado

    Campos Neto reconhece juro algo, culpa falta de educação e sugere o caminho dos bancos digitais

    ( Publicada originalmente às 20h 43 do dia 16/05/2019) 

    (Brasília-DF, 17/05/2019) O presidente do Banco Central do Brasil, o economista Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, 16, que a culpa dos elevados juros praticados na rolagem das dívidas dos cartões de créditos do país é, em grande parte, proporcionado pela deseducação financeira dos brasileiros.

    O dirigente responsável pelo controle do sistema bancário nacional abordou o tema após ser questionado sobre o assunto por vários parlamentares da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional. Ele compareceu ao colegiado para falar sobre a “avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços – referente ao 2º semestre do exercício de 2017 e aos 1º e 2º semestres do exercício de 2018”.

    “Eu acho que a educação financeira ajuda porque se você tem educação financeira você tem de endividar menos e se endivida melhor. Nós temos vários exemplos de pessoas que vão lá e fazem o consignado e depois fazem o cheque especial. Então ela tem a experiência de ter os juros baixos e mesmo assim pegou o [juros] do cheque especial. Então eu acho que tem que ter uma educação financeira que é importante, faz parte do programa”, falou.

    No entanto, concordou com os parlamentares que, realmente, os juros no Brasil são altos.

    “Sobre o cartão de crédito, eu tenho um dado aqui, só que é tão alto também, que eu não sei se ... [não concluiu o raciocínio]. Se a gente pegar o ano, os juros do cartão de crédito foram de 520% para 310%. Então, assim, primeiro – obviamente – eu concordo que os juros são muito altos. Ele teve uma queda que não foi proporcional a Selic que caiu pela metade e ele não caiu pela metade e continua muito alto”, complementou.

    Campos Neto ressaltou que o BC vem trabalhando para tentar reverter os elevados juros que são ofertados a população em seus cotidianos. “O Banco Central tem agora uma tarefa de monitorar todas as categorias de juros, onde os juros são muito altos”, completou.

    FALTA DE CONSCIÊNCIA

    Roberto Campos Neto afirmou, ainda, que a falta de “conscientização” da população brasileira também é outro problema que ajuda a explicar os juros altos, inclusive, o praticado no cheque especial. Ele também aposta no incentivo da competitividade entre os bancos para diminuir os juros.

    “Tem o tema de conscientização, é importante e tem um tema de gerar a competição e aí já faço uma amarra com o ponto das empresas simples de crédito que foi implementado a pouco tempo que é uma ideia do Sr. Afif [Domingos], que acho que é uma ideia que já existia a algum tempo. Nós resolvemos implementar a ideia e ela vai em linha com o nosso pensamento”, comentou.

    “Nós, na verdade, já tínhamos feito isso no Banco Central de alguma forma porque criamos a empresa de crédito”, emendou sem citar que a proposição que resultou na criação das Empresa Simples de Crédito (ESC) é de autoria do ex-deputado, já falecido, Pedro Eugênio (PT-PE).

    ERA DIGITAL

    Por fim, Roberto Campos Neto acredita que um boa alternativa para a baixa dos juros no crédito à população está na proliferação dos bancos digitais. Ele fez essa afirmação apontando para o celular.

    “Acho que o importante aqui é que o processo seja digital e barato. Porque o problema, também ligado ao microcrédito, e o problema de um ticket de microcrédito normalmente é muito baixo. Então se ele não tiver um custo muito baixo, ele não é viável. Então a chave do microcrédito e de grande parte do que foi [levantado] está aqui [apontou para o celular]. O banco do futuro está aqui [mostrou o aparelho celular]”, garantiu.

    “Hoje a cobertura de celular é muito maior que a de saneamento [básico]. E eu acho que uma das coisas que estamos avançando e que foi anunciado pelo ministro [de Ciências e Tecnologia] Marcos Pontes é ter uma cobertura de celular maior, mas estável em todo o país, porque isso vai ajudar muito isso aqui [mostrou o celular novamente] que é conseguir usar as plataformas digitais baratas para espalhar o crédito de forma segura e transparente”, finalizou.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

     


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