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  • Contato Brasil, 18 de abril de 2024 19:45:06
Nordestinas
  • 03/05/2019 08h00

    PREVIDÊNCIA: Após fala de Paulinho da Força, líderes de partidos do “centrão” se manifestam

    Elmar Nascimento disse “questões eleitorais não podem contaminar o debate”; Jhonatan de Jesus afirma que articulação do “centrão” para evitar reeleição de Bolsonaro, é mentira; Arthur Lira diz que “nunca” fez “parte do que chamam de centrão”
    Montagem Política Real

    Paulinho da Força acabou obrigando lideres do Centrão a se manifestarem

    ( Publicada originalmente 14h 22 do dia 02/05/2019) 

    (reeditado) 

    (Brasília-DF, 03/05/2019) Alguns líderes dos partidos que se reúnem no que ficou convencionado chamar de “Centrão” se manifestaram sobre as declarações do deputado Paulinho da Força (SD-SP) de que o grupo estaria articulando aprovar uma reforma da Previdência que não desse folga fiscal ao governo brasileiro para evitar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em 2.022.

    Face as comemorações realizadas pelas centrais sindicais no “Dia do Trabalho” dessa quarta-feira, 1º de maio, o presidente de honra da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que “com esse discurso, tenho certeza que a gente traz todo mundo do centrão, porque ninguém quer a reeleição de Bolsonaro”.

    MENTIRA

    O líder do PRB, deputado Jhonatan de Jesus (RR), afirmou que a fala de Paulinho é mentirosa.

    “É mentira. É leviana uma informação dessa, não se pode falar isso”, comentou o parlamentar que comanda os 34 deputados da legenda ligada à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e ao bispo, dono da “TV Record”, Edir Macedo.

    COMPROMISSO

    O líder do Democratas na Câmara Federal, deputado Elmar Nascimento (BA), partido que tem três ministros no governo federal mas que não integra uma base formal de apoio parlamentar ao presidente Bolsonaro - disse que “questões eleitorais não podem contaminar o debate” sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/19 que pretende estabelecer no país uma “Nova Previdência”.

    “O DEM na Câmara reafirma seu compromisso com uma reforma da Previdência que combata desigualdades, acabe com os privilégios e proteja o direito dos mais pobres e carentes. Essa é uma das reformas mais difíceis de serem feitas devido à impopularidade do tema; sua aprovação é necessária e os benefícios em termos de equilíbrio das contas públicas serão visíveis no curto e médio prazo. As questões eleitorais não podem contaminar o debate sobre tema tão importante. Precisamos do compromisso de todos para a análise e votação da matéria”, falou o deputado baiano.

    Elmar Nascimento disse que não se pode misturar assuntos 

    A fala de Nascimento coincidiu com a declaração do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), tido como o principal defensor da matéria na Casa, de que vai “trabalhar” para alcançar a meta da proposta que é proporcionar ao país uma economia aos cofres públicos R$ 1 trilhão.

    “Vou trabalhar para uma economia de R$ 1 trilhão. Uma economia que garanta o pagamento das futuras aposentadorias e pensões, uma economia que garanta no prazo de três anos uma geração de 8 milhões de empregos. Não estou preocupado com a eleição de 2022”, se posicionou.

    FORA DO “CENTRÃO”

    Já o líder do Progressista, deputado Arthur Lira (AL), refutou que ele e seu partido participem das articulações do que se convencionou ser chamado de “centrão”. “[Essa] pergunta tem que ser feita a ele [Paulinho da Força] ou a alguém do centrão [e] não a mim! Desculpe. Nunca fiz parte do que vocês chamam de centrão”, falou.

    Os líderes do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), e do Cidadania , Daniel Coelho (PE), também se recusam em aceitar que integram o “centrão”. Apesar de participarem constantemente de reuniões conjuntas com os líderes das legendas que formam o bloco que somados aos deputados do DEM, MDB, PR, PRB, PSD, PP, PTB e SD possuem 268 parlamentares.

    Arthur Lira disse que nunca integrou o "Centrão"

    A assessoria da liderança do Cidadania na Câmara disse apenas o “Cidadania não pertence a esse grupo”. Já a assessoria do PSDB informou apenas que Sampaio não se pronunciou e nem se pronunciará sobre as declarações de Paulinho da Força.

    Em postagem feita às 13h20 em sua conta nas redes sociais, o pernambucano Daniel Coelho afirmou que “não podemos olhar a reforma da Previdência pensando em eleição”. Segundo o líder do Cidadania na Câmara, “o debate é de mérito, nunca eleitoral”.

    “[Esse] é um debate sobre as futuras gerações. Podemos defender mudanças no texto para combater privilégios e proteger os mais pobres. Nunca para fazer jogo político”, comentou direcionando a mensagem para a conta do deputado Paulinho da Força.

    REFORMA TRIBUTÁRIA

    Os líderes do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), do PR, deputado Wellington Roberto (PB), do PSD, deputado André de Paula (PE), e do PTB, deputado Pedro Lucas Fernandes (MA), que também foram procurados pela reportagem - não retornaram contato.

    Daniel Coelho diz que não dá confundir eleição com reforma da Previdência

    Baleia Rossi foi o único destes líderes que se manifestou recentemente em suas contas nas redes sociais. Entretanto, o emedebista falou apenas sobre a proposta de reforma tributária que o MDB está defendendo junto ao presidente da Câmara.

    LIMITE

    Paulinho da Força afirmou que o limite fiscal para que o “centrão” aprove a PEC 06/19 será de até R$ 600 bilhões. Procurado para comentar a enorme repercussão que sua fala causou, o deputado paulista não retornou. Nem o líder da legenda na Câmara, deputado Augusto Coutinho (SD-PE).

    “Oitocentos bilhões garantem, de cara, e reeleição dele. Se dermos 800 [bilhões de reais] como disse ele, significa que nos últimos três anos dele [Bolsonaro, na presidência], há 240 bilhões ao ano para gastar. Eu acho que temos de ter [economia] em torno de 500 bilhões. Seiscentos bilhões seria o limite para essa reforma”, frisou o presidente de honra da Força Sindical.

    POSIÇÃO DO GOVERNO

    O responsável pela condução política da matéria junto ao parlamento, o secretário especial da Previdência e do Trabalho, Rogério Marinho, se manifestou em sua conta no twitter que “esse é o momento [serve para] todos pensarem no Brasil e nas próximas gerações e menos nas próximas eleições”.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

     


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