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- Contato Brasil, 27 de abril de 2024 01:25:12
( Publicada originalmente às 18h 25 do dia 17/04/2019)
(Brasília-DF, 18/04/2019) O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta quarta-feira, 17, a liberação de mais de R$ 4 bilhões aos estados e municípios como forma de “antecipação” de recursos oriundos do incentivo à exportação de commodities. O volume fará parte do Programa de Equilíbrio Financeiro que o governo federal está para lançar.
O anuncio do ministro aconteceu após ele almoçar com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e senadores pró-governo na residência oficial da presidência daquela Casa legislativa. Na oportunidade, ambos concordaram em trabalhar juntos na evolução das propostas que alteram a atual relação entre os entes federados, conhecido popularmente como “Pacto Federativo”.
“Estamos lançando um Plano de Equilíbrio Financeiro mais do que era a compensação da Lei Kandir [Lei Complementar 87/96] e do FEX [Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações], totalizando R$ 4 bilhões com mais R$ 6 bilhões numa espécie de antecipação da cessão onerosa daqui para frente para ajudar imediatamente os estados e os municípios”, falou o ministro.
Os recursos oriundos de futuras explorações, no entanto, pertencentes às áreas de petrolífera do Pré-Sal, denominada de cessão onerosa, ainda estão em fase de estudos. Além de estar condicionada ao apoio da maioria dos parlamentares e dos governadores e prefeito à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/19, que estabelece uma “Nova Previdência”.
Guedes se reuniu com Alcolumbre e alguns senadores da Mesa Diretora
Segundo Alcolumbre, a reforma da Previdência é a “mãe de todas as reformas”. Com o mesmo entendimento, Guedes acredita que dá para começar a avançar nas questões federativas paralelamente à tramitação da PEC 06/19. “Não podemos ficar parados esperando isso [a reforma previdenciária]”, falou o ministro.
MINHA CASA
Guedes comentou, também, que faz parte dos recursos dos R$ 4 bilhões que serão liberados aos estados e municípios, ações para retomar as obras do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). “[São recursos] para que as obras sejam tocadas, assim como para consertar as rodovias”, assinalou.
“Além desses recursos a Caixa Econômica Federal está liberando recursos para governadores os recursos para botar o Minha Casa, Minha Vida andando de novo”, garantiu.
CAMINHONEIROS
Ssgundo Guedes, esta medida também atende as reivindicações dos caminhoneiros. Segundo ele, a principal reivindicação para que a categoria não entre em greve, novamente , não é a redução no preço dos combustíveis e, sim, relacionada a manutenção das estradas.
“Das 13 reclamações que eles fizeram, as doze primeiras se referiam a segurança nas estradas. Eles querem a manutenção”, observou.
REGIONAL
Paulo Guedes disse, ainda, que dentro dos R$ 4 bilhões que o governo federal disponibilizará para os governadores estão também incluídos recursos para a realização de ações de desenvolvimento regional.
“Nós liberamos e antecipamos os recursos também para o Ministério do Desenvolvimento Regional em vários programas. Onde em cada programa é um valor diferente”, falou.
ENGENHARIA POLÍTICA
Por fim, o ministro comentou como se dará a liberação dos recursos para estados e municípios. Ele explicou que a iniciativa é uma “engenharia política” para garantir, junto a maioria dos parlamentes, o apoio na aprovação da reforma do sistema previdenciário nacional.
Guedes esclareceu que os recursos, oriundos de empréstimos e das privatizações, já estão garantidos para serem repassados aos estados e municípios.
“Na verdade o que nós estamos fazendo é o seguinte: estamos dizendo que a curto prazo nós vamos repartir com vocês [governadores e prefeitos] alguns recursos e condicionar para vocês [classe política] fazerem justamente as reformas”, contou.
“[É um empréstimo?] Exatamente. É uma antecipação. Agora o que eu estou dizendo é o seguinte: nós vamos liberar uma parte – porque nós estamos antecipando. Uma são os créditos de antecipação. A outra são as privatizações que também nós estamos [junto] com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] agilizando muito [para] os governos estaduais”, ilustrou.
“E uma terceira [parte] que nós estamos chamando de antecipação da cessão onerosa. Agora eu só posso fazer esses movimentos se eu tiver a garantia que as reformas vão ser aprovadas. E é essa a engenharia política que está em andamento”, estabeleceu.
(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)