• Cadastre-se
  • Equipe
  • Contato Brasil, 20 de abril de 2024 05:09:48
Nordestinas
  • 12/04/2019 08h00

    100 DIAS OPOSIÇÃO: “Bolsonaro tem um problema grave de despreparo”, afirma Ciro Gomes

    O ex-governador cearense e ex-ministro da Fazenda nos anos 90 afirmou, ainda, que discurso do presidente brasileiro em dizer que não governo com partidos é “mentira”
    Foto: Twitter do PDT nacional e Antonio Cruz/ Agência Brasil

    Jair Bolsonaro tem ao fundo Onyx Lorenzoni no Planalto em dia de balanço dos 100 Dias

    ( Publicada originalmente às 22h 44 do dia 11/04/2019) 

    (Brasília-DF, 12/04/2019) O ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, em 1994, e candidato derrotado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições de 2018, Ciro Gomes (PDT), afirmou nesta quinta-feira, 11, após sua exposição sobre os primeiros indicadores econômicos e sociais frutos do novo governo, ele disse que  o principal mandatário do país “mente” ao afirmar que governa sem a participação de políticos e partidos.

    O ex-governador do Ceará nos anos 90 afirmou, ainda, que o atual detentor da faixa presidencial “tem um problema grave de despreparo” e que sua falta de sintonia em poder fazer uma interlocução seja com a classe política, seja com demais setores da sociedade brasileira vai custar “caro”. Ele salientou que o presidente brasileiro só conhece o caminho do conflito e da desagregação.

    “Isso é mentira! Ninguém no mundo é imune à política. Quem disse que é [imune a partidos políticos] é mentira. Os partidos políticos são espelhos de correntes da opinião. Por exemplo, vocês acham que o [ex]-ministro da Educação, Vélez, não representa fielmente o partido político que representa o Bolsonaro? Vocês acham que um camarada que diz que a Terra é plana não representa fielmente um conjunto de valores que estão organizados em alguns partidos? Vocês acham que um fascista não tem representação em um partido?”, questionou.

    “O governo Bolsonaro é um governo que tem um grupo de militares, ambiciosos, uma ilha de excelência tecnocrática vencida e que foi prometida para o baronato que é o Paulo Guedes e o resto é um troço inacreditável! É absolutamente inacreditável! Qualquer nação do mundo morreria de vergonha de ver como se desenha um governo como o do Bolsonaro”, completou.

    MESMO JEITO

    Com a insistência da pergunta de que o governo do presidente Bolsonaro teria rompido com o modelo de presidencialismo de coalizão, inaugurado com a implantação da Nova República a partir de 1985 com o governo do ex-presidente José Sarney (MDB) que pôs fim ao regime militar de 21 anos que governou o país - Ciro Gomes voltou a falar que isso era “mentira” e disparou contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que, segundo ele, teria cunhado essa expressão.

    Ciro Gomes durante o evento do PDT em Brasilia

    “Isso é pura mentira! Pura mentira! Mentira do Fernando Henrique que inventou essa expressão picareta de governo [de presidencialismo] de coalizão. Isso tudo é simplesmente aliciamento espúrio para fins de reeleição e de não ter CPI. E que nunca foi para fazer governo de coalizão, ou para fazer reforma nenhuma. Tanto que o Lula não propôs nenhuma reforma e nem o Fernando Henrique propôs nenhuma reforma. E é mentira do Bolsonaro que está, claramente, liberando emendas do jeito que sempre foi feito, que está conversando com os mesmos partidos e com as lideranças do mesmo jeito que sempre foi feito”, emendou.

    DESPREPARO

    E voltou a assinar no despreparo do atual presidente da República.

    “O Bolsonaro tem um problema grave de despreparo. Mesmo num ambiente em que ele teoricamente deveria ter alguma vivência, ele é um despreparado porque passou o tempo todo dormindo como deputado em 28 anos. Evidentemente, assim como nós que conhecemos a vida, sabemos que como o presidencialismo brasileiro está organizado [isso] impõe uma lógica de impasse. Por quê? Porque um órgão que é o Congresso Nacional tem o monopólio de se fazer as regras”, explicou.

    “Mas não tem nenhuma responsabilidade para com essas regras. Então pode aumentar as despesas, diminuir impostos a toda hora e quem vai administrar isso é o governo, o Poder Executivo. Para atenuar isso eu cansei de falar lá atrás: você tinha que propor antes o que queria fazer para transformar a eleição não num fulano, mas num conjunto de propostas e que isso dá uma força plebiscitária e que atenua essa lógica de impasse e propor essas ideias na primeira hora e propô-la através de uma sofisticada intermediação no redesenho do pacto federativo em que você [chamaria] os partidos, mas [chamaria] também os governadores e prefeitos para mediar o redesenho do pacto federativo em troca das reformas que saneiam as contas públicas brasileiras”, complementou.

    NADA

    E de acordo com o ex-presidenciável do PDT “nada disso foi feito”.

    “[Ele] não propôs nada antes, propôs depois sem conversar com ninguém. Não construiu nenhuma relação com o Congresso e nem com as bases antigas e novas bases. Não construiu uma mediação que redesenha o pacto federativo e fica sentado numa lógica que é a primeira vez que eu vejo na minha longa vida pública”, apontou.

    “Toda pessoa que se elege acaba depois da eleição estendendo às mãos aos adversários em direção a tentar pacificar o país e estabelecer um ambiente de diálogo e que encerre a natural conflagração da disputa. Bolsonaro não desceu do palanque e segue todos os dias desagregando a sociedade brasileira. Todos os dias estimulando o ódio. Todos os dias estimulando o conflito e, evidentemente, ele vai pagar muito caro por isso”, finalizou.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


Vídeos
publicidade