( Publicada originalmente às 19h 14 do dia 09/04/2019) 

(Brasília-DF, 10/04/2019)  O presidente de honra do Partido da República (PR), Alfredo Nascimento,  afirmou nesta terça-feira, 09, após o encontro que teve com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que a legenda não integra a base de apoio da gestão do governo d e que nem fechará questão com relação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/19 que pretende estabelecer uma “Nova Previdência”.

A declaração do ex-senador amazonense se deu no térreo do Palácio do Planalto após o encontro com o Presidente Bolsonaro e o ministro-chefe da Casa Civl, Onyx Lorenzoni.    Nascimento informou que a conversa foi baseada nos principais pontos da reforma da Previdência, que a bancada defende “ajustes” no texto da PEC encaminhada pelo presidente. O PR  tem, hoje, 39 deputados federais e dois senadores.

“Tivemos uma boa reunião. Foi uma reunião agradável em que fomos acompanhados dos senadores Jorginho (PR-SC) e Wellington Fagundes (PR-MT) e do deputado Wellington Roberto (PR-PB). A conversa girou em torno da reforma da previdência. Nós falamos em nome do partido, todos nós, de que o partido é favorável a reforma com alguns ajustes que naturalmente nós não abrimos mão de defender como [o caso dos] professores –que é uma bandeira nossa antiga – [além das regras que mexem] com o trabalhador rural”, falou.

“E vamos discutir isso dentro do partido em que vamos alterar algumas coisas, mas vamos votar com o governo. A economia precisa disso e o partido vai estar junto nesta empreitada”, complementou.

FORA DA BASE

Nascimento fez questão de frisar que a legenda é “independente” com relação ao governo Bolsonaro. Não sendo nem governista, nem oposição.

“Nós não somos da base do governo e nem o partido vai fechar questão com relação a reforma da previdência e nem em nenhuma outra reforma. Nós vamos tentar organizar o partido, como sempre fizemos, para que o partido vote em defesa da reforma da previdência promovendo esses ajustes [como nas regras do Benefício de Prestação Continuada] BPC, [na aposentadoria dos] trabalhadores rurais e [também na dos] professores que é uma bandeira nossa e outras coisas que forem surgindo. Nós entendemos que [no geral, a proposta] é boa para o Brasil”, comentou.

PARTIDO IMPORTANTE

O ex-ministro dos Transportes dos governos dos ex-presidente Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, ressaltou ao presidente Jair Bolsonaro a importância da legenda para a deliberação da PEC 06/19.

“O nosso partido é um partido importante. Tem 39 deputados. Nós já somos o terceiro partido da Câmara e é um partido que conta para a aprovação desta reforma da previdência e é por isso também que nós estamos também conversando com o presidente porque entendemos que essa reforma é necessária para o país”, observou.

IMPRESSÃO DO PRESIDENTE

Alfredo Nascimento contou que Bolsonaro somente “pediu para a gente participar” da reunião nesta terça e “votar favoravelmente a reforma da previdência” em que ele salientou que o apoio do PR a PEC 06/19 só acontecerá quando “fizermos alguns ajustes”.

Nascimento afirmou que não houve na conversa, em nenhum momento, qualquer convite para que legenda se integre ao arco de alianças dos partidos que apoiam o governo Bolsonaro no Congresso.

“Nada. Absolutamente nada e nem nós queremos participar do governo e nem cargos no governo. Estou falando que isso não foi cogitado. Estou falando que nós não queremos. Não falamos nada disso. Só [de] previdência. [Somos] independente. Nós não somos oposição. Nós somos favoráveis [e vamos votar com o governo, ou não] a cada votação”, se manifestou.

SEM DETALHES

Entretanto, o dirigente do PR falou que o encontro não debateu com maior profundidade a PEC 06/19.

“Nós não entramos em detalhes. O presidente nos pediu uma ajuda e nós vamos ajudar. O partido vai se juntar [aos favoráveis] para aprovar a reforma da previdência promovendo alguns ajustes”, garantiu.

CONSELHO POLÍTICO

No entanto, Nascimento informou que o partido será convidado pelo presidente Bolsonaro a fazer parte do conselho político, que o governo criará para debater com os partidos os vários projetos em tramitação no Congresso Nacional.

“Só convidou para participar do conselho que eles vão criar em que vão fazer parte os presidentes dos partidos e os líderes da Câmara e do Senado para discutir. [Inclusive], nesse assunto, eu sugeri que diferentemente de outras vezes que se faça [a partir de agora] uma pauta prévia para que a gente venha dos estados da gente para cá e saiba o que nós vamos discutir”, disse.

“[Para saber] qual é a matéria [que será tratada na reunião]. Para termos uma posição [de antemão] e não [ficar sabendo em cima da hora da] pauta que é distribuída para que a gente, sem conhecimento, discuta determinados assuntos”, finalizou.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)