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Nordestinas
  • 28/03/2019 07h28

    Senador Jean Paul Prates, na defesa do Nordeste, diz que militares serão decisivos contra a onda de redução do Estado que existe no Governo Bolsonaro

    O senador potiguar afirmou que a Bancada do Nordeste, o fórum dos governadores, os empresários da região, a população e integrantes das Forças Armadas estarão preparados para manter os órgãos essenciais ao desenvolvimento regional
    Foto: Roque Sá/ Ag. Senado

    Senador petista Jean Prates diz que militares serão fundamentais neste momento

    ( Publicada originalmente às 20h 43 do dia 27/03/2019) 

    (Brasília-DF, 28/03/2019) O senador Jean Paul Prates (PT-RN) fez nesta quarta-feira, 27, uma defesa enfática de todos e principais órgãos regionais que atuam no Nordeste e que estão ameaçados de extinção pelo governo do presidente Jair Bolsonaro .

    Segundo ele, a Bancada do Nordeste, o fórum dos governadores nordestinos, os empresários da região, a população e até, inclusive, integrantes das Forças Armadas, estarão preparadas e “vigilantes” para manter esses organismos federais essenciais ao desenvolvimento regional.

    “[Essa audiência] salienta a importância do Estado brasileiro, como eu sempre falei, independente se do governo do PT, ou do PSL, ou do PSDB, ou de qualquer partido, nas entidades importantes que abrem caminhos para o Brasil”, falou o petista durante a reunião promovida pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal.

    BNB

    Na oportunidade, Prates destacou “o grande papel” desenvolvido pelo Banco do Nordeste (BNB) e do “temor que nós temos com relação” a uma possível privatização da instituição financeira, ou fusão do BNB com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), chamado por ele de “maior banco regional que temos na América Latina” e que é "extremamente eficiente”.

    “Eu sou pessoalmente testemunha disso quando fui secretário de energia do Rio Grande do Norte quando ninguém acreditava na época, antes de 2007, mais precisamente nos idos de 2003 a 2005, quando nós começamos a falar de energia eólica e a maior parte das pessoas riam porque achavam que era coisa de ‘professor pardal’”, comentou.

    “E a gente começou esse trabalho justamente na órbita do BNB que acreditou nisso. O BNB teve um grande papel no desenvolvimento da energia eólica e, agora, da energia solar. Inclusive da geração distribuída no Nordeste. Então há duas grandes vertentes, além dessa de abrir novos caminhos, quando ninguém quer entrar primeiro, e que só um banco estatal é capaz de fazer”, complementou.

    MICROCRÉDITO

    O petista destacou, ainda, a importância das operações que o BNB exerce para os micros produtores rurais do Nordeste. Segundo ele, se não forem os empréstimos do BNB, ninguém mais empresta aos agricultores familiares do Nordeste.

    “A outra vertente é o microcrédito destinados para os nordestinos. Quem é que vai dar microcrédito para os nordestinos, se nós fizermos a fusão do BNDES com o BNB? Então basta pequenos argumentos, simples e retos, com frases curtas, para mostrar que o BNB é ultra necessário e um grande acerto. Seria um grande erro exterminá-lo”, apontou.

    DNOCS

    Prates falou, també,  sobre a importância que o Departamento Nacional de Obras Contra às Secas (DNOCS) tem para a região.

    “O DNOCS nem se fala. Há pessoas e aqui houve depoimento de senadores que sequer conhecem o que o DNOCS faria e a extensão do trabalho e dos sacrifícios e das sendas que o DNOCS abre no Rio Grande do Norte e nos outros estados do Nordeste e as coisas que ele sustenta e segura com a capacidade que tem e com o corpo técnico que tem”, afirmou.

    “Eu queria deixar dois recados. O primeiro é para vocês mesmos [dirigentes dos órgãos federais com atuação no Nordeste] que estão nesses cargos [para] que não temam defender estas entidades. Isso não quer dizer brigar com o chefe, ou com o ministro. É natural em governos que haja tensões entre Ministérios. Eu já disse isso ao ministro de Minas e Energia, Almirante Bento, e disse isso também ao ministro [da Infraestrutura] Tarcísio também”, contou.

    “O papel do ministro da Economia é evidentemente dificultar a vida de vocês. De dizer que o Estado não tem dinheiro, [que] não posso fazer isso, fazer aquilo e o papel de vocês e dos seus respectivos ministros é disputar internamente de forma correta, fraterna, até de um mesmo governo, que possa usar esses argumentos. [Como] isso aqui é essencial. Isso outro, eu posso adiar. Essas negociações são normais. Então não tenham vergonha e medo de defender estas instituições”, sugeriu.

    MILITARES

    E lembrou que existem integrantes do atual governo do Bolsonaro, sobretudo nas Forças Armadas, que estarão “vigilantes” para manter os órgãos essenciais ao desenvolvimento regional.

    “Além disso quando houver coisas mais radicais e a gente está diante delas, aliás, do conceito da presença estatal na abertura de caminhos e no controle de setores estratégicos fundamentais, nesse caso, contem com aliados que, inclusive, estão no governo. Por exemplo, as Forças Armadas. Há com certeza aliados da presença estatal [dentro] do governo e [que defendem] o Estado brasileiro no setor estratégico. Pode ser que eles estejam meio intimidados ultimamente em função da maior eloquência e da maior presença na mídia da parte econômica ultra neoliberal que também de uma certa forma é extrema”, comentou.

    “Mas eles estão lá e estão vigilantes sobre este tipo de desmonte e [não vão] deixar entidades importantes como a de vocês [ficar] na inanição”, completou.

    APOIO

    Assim como destacou que a Bancada do Nordeste, o fórum dos governadores, os empresários e a população da região também estarão preparados para manter essas entidades necessárias para a vida nordestina.

    “Outro grande aliado é povo nordestino. O povo nordestino está com vocês e está com estas instituições. Por mais que haja problemas aqui e acolá, de escândalos, de dificuldades, de seca e de agruras naturais e humanas, de erros, crimes e etc. Como disse o senador Jaques Wagner não é para jogar a criança com a bacia e a água tudo fora. O Brasil não pode ser desmontado em função de um processo de investigação, ou de uma tendência. O empresariado do Nordeste precisa de água, precisa abrir caminhos, de uma Valec que não está aqui e não é o caso, mas que abre ferrovias, onde ninguém quer construir nada”, frisou.

    “Precisa de uma Sudene, de um DNOCS, sim. Então o empresariado também está com vocês. Os nossos governadores estão com vocês. E, por fim, nós da Bancada do Nordeste estamos com vocês, independentemente, da cor e do partido. Porque acima de tudo, somos Nordeste e somos desse povo que precisa de atenção especial desta região que é específica, tem biomas específicos, necessidades específicas e que tem um atraso histórico, obviamente, reconhecido por todos”, completou.

    RECADO

    Por fim, Prates deixou um recado para os integrantes do governo Bolsonaro que, segundo ele, “não consegue se entender entre si”.

    “Primeiro que esse governo vá se entender entre si. Faça os seus planos. Traga-os, discuta com a sociedade e depois vá exterminar entidades que tem 40, 50 anos de serviços prestados. Fazer isso na malucagem, ‘porque isso eu não gosto, ou porque estatal é inútil e que isso não faz nada, ou é cabide de empregos’, isso é preconceito absoluto com o Nordeste, com a presença do Estado na economia, o que é altamente deletério para nós todos”, sustentou.

    “Então, o meu recado é: cresçam, consultem a sociedade, conheçam o que já existe, recebam as apresentações, amadureçam, estabeleçam regras e expliquem a sociedade o que vai ser feito e qual é a alternativa que está proposta diante da exterminação de uma dessas entidades e, depois, apareçam nas redes sociais. Esse é o meu recado”, encerrou.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

     


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