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Nordestinas
  • 22/03/2019 08h49

    PREVIDÊNCIA: Paulo Guedes vai ter muito trabalho com o partido de Bolsonaro; líder na Câmara diz que reforma se transforma em "abacaxi" difícil de descascar

    Deputado Delegado Waldir afirma que espera ansiosamente que governo compareça ao parlamento e explique benefícios aos militares; Segundo ele, "não tem como explicar esse tratamento diferenciado"
    Foto: Agencia Brasil

    Paulo Guedes vai ter trabalho com o PSL na semana que vem

    ( Publicada orirginalmente às 21h 49 do dia 21/03/2019) 

    (Brasília-DF, 22/03/2019) O ministro Paulo Guedes, da Economia, vai ter muito trabalho na Câmara na semana que vem. Ele que deverá falar no dia 28 na Comissão de Justiça(CCJ).  O líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO), disparou nesta quinta-feira, 21, contra os Projetos de Leis (PLs) 1645/19 e 1646/19 que incluem os militares das Forças Armadas na reforma da previdência e, em compensação, reestrutura a carreira, os cargos, funções e gratificações dos servidores da Aeronáutica, Exército e Marinha.

    Segundo ele, as duas proposições transformaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/19, que pretende estabelecer um novo modelo de previdência ao país, num "abacaxi" difícil de descascar.

    "Não tem como trazer este texto trazer para a reforma [da previdência] dos militares que tratam [eles] de forma diferente carreiras policiais e trazem benefícios na reestruturação não prevista. Havia a previsão de uma economia de quase R$ 100 bilhões nesta reforma dos militares e ela baixu para R$ 10 bilhões", falou.

    "Esses 10% serão os mesmos 10% que ele [governo] vai adotar em todo o pacote da reforma da previdência? O governo precisa vir aqui na Casa e dar uma declaração. Quem vai dar a digital é cada parlamentar. O governo nos trouxe uma grande missão e falando na linguagem popular, um abacaxi. Mas não tem como a gente descascar no dente. Tem que trazer a faca para a gente descascar", complementou.

    QUESTÃO DE GOVERNO

    Mesmo sendo líder do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, Delegado Waldir cobrou que é preciso tanto o presidente, quanto o ministro da Economia esclarecerem esses pontos que prejudicam o andamento da tramitação da PEC 06/19.

    "Então queremos uma explicação do governo e da economia [de] como ele fez esta diferenciação e o tratamento diferenciado. [Isso] não tem como explicar para o zelador, para o doméstico, para o jornalista, para o professor esse tratamento diferenciado que está sendo trazido as forças militares", pontuou.

    E foi além: "Essa preocupação é do governo. Não é do parlamento. O Parlamento tem, sim, o compromisso com a realização da reforma. Mas quando o ministro da Economia e o nosso presidente da República vieram e disseram para toda a sociedade brasileira que todos vão ser tratados de forma igualitária, que nós queremos tirar os privilégios"

    PSL & GOVERNO

    O deputado Delegado Waldir destacou que não cabe a ele ser o interlocutor do governo. Ele frisou que representa os sentimentos dos parlamentares do PSL e não do governo.

    "É o governo que tem que nos procurar. Não é eu que tenho que ir até o governo. É o governo que tem que vir até a Câmara. Eu aqui represento o PSL da Câmara. É o governo que tem que vir e trazer explicações", resumiu.

    REFORMA PREJUDICADA

    Delegado Waldir confessou que o envio dos PLs 1645 e 1646 por parte do governo prejudicaram, sim, e, muito, o andamento da PEC 06/19 entre os deputados.

    "Com certeza já prejudicou. Mas hoje o parlamento vai estar trabalhando um líder que vai nos representar como líder da maioria para a gente continuar este diálogo com o governo federal. Mas eu penso que a sinalização e tem que vir aqui na Casa de trazer a proposta e dizer o que eles fizeram com esta reforma é o ministro da Economia. É o governo federal. Nós estamos esperando isso", comentou.

    SEM RELATORIA

    E também reforçou que as proposições encaminhadas para tratar dos militares atrapalharam a escolha do relator da PEC que defenderá a admissibilidade do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A escolha do relator seria anunciada nesta quinta pelo presidente do colegiado, deputado Felipe Francischini (PSL-PR). Só que com a repercussão negativa, esse anúncio ficou para a próxima semana.

    "Houve um diálogo entre o presidente da CCJ com alguns líderes partidários que vão conduzir esta reforma junto com o presidente Rodrigo Maia e eu me posicionei ontem à tarde [quando] soube do texto definitivo e, ao tomar conhecimento do texto e das diferenças que existem, eu mesmo pedi ao presidente da CCJ – pessoalmente, que aguarde a indicação do relator na comissão", informou.

    "Nós não podemos tratar o cidadão brasileiro de formas diferenciadas. Não pode a maioria continuar arcando com [os privilégios e] diferenças de algumas [categorias]. Eu entendo que não foi o time certo [o envio] desta reestruturação trazida [para] os militares", completou.

    "Considerando que nós aguardávamos este texto houve uma discussão sobre a escolha do relator. O presidente da CCJ falou que já tinha alguns nomes. Existe esta análise já. Conversei com o presidente [da CCJ e] terá um nome, mas quando o governo vir explicar esta reestruturação ter chegado sem os requisitos pré-acordados. Com certeza [isso] dificulta que qualquer parlamentar aceite colocar a sua digital nesta reforma da previdência", complementou.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

     


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