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Nordestinas
  • 21/03/2019 07h45

    MAIA X MORO : Rodrigo Maia dispara contra Sérgio Moro; Presidente da Câmara se referiu ao ministro da Justiça como “funcionário” do Bolsonaro

    Ele acusou, ainda, o ministro da Justiça de ter plagiado o pacote de anticrime do ministro do STF, Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça do governo Temer
    Foto: site do PR

    Rodrigo Maia já tirou selfie com Sérgio Moro; essa época já passou

    ( Publicada originalmente 23h 45 do dia 20/03/2019) 

    (Brasília-DF, 21/03/2019) O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disparou nesta quarta-feira, 20, contra o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro. Ele se referiu ao ex-juiz federal como o “funcionário” do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

    A irritação de Maia com Moro decorreu das críticas que o ministro fez a decisão dele de suspender a tramitação do pacote anticrime, estabelecendo que a apreciação das propostas aconteça apenas após a deliberação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/19 ,que reforma o sistema previdenciário.

    Rodrigo Maia acusou, ainda, o ministro Sérgio Moro de ter plagiado o pacote de anticrime do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, elaborado quando exerceu o cargo de ministro da Justiça durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).

    “O funcionário do presidente Bolsonaro? [Manda ele] conversar com o presidente Bolsonaro e se o presidente Bolsonaro quiser, conversa comigo. Eu fiz aquilo que é o mais correto. O projeto é importante. Aliás, ele está copiando o projeto do ministro Alexandre de Moraes, copia e cola, então não tem nenhuma novidade e poucas novidades no projeto que nós vamos apensar um ou outro, porque o prioritário é o do ministro Alexandre de Moraes”, disparou.

    “E no momento adequado, depois que a gente ter votado a previdência, nós vamos votar o projeto dele. O que nós precisamos é que o Ministério da Justiça e da Segurança Pública diga ao Brasil como vai com a estrutura que tem e com a nova formulação, enfrentar e coordenar o crime-organizado”, emendou.

    SEM IRRITAÇÃO

    Questionado se estava irritado com o ministro, Maia negou. Disse apenas que Moro está confundindo as coisas.

    “Eu não estou irritado. Eu acho que ele conhece pouco a política. Eu sou o presidente da Câmara, ele é ministro e funcionário do presidente Bolsonaro. Então, o presidente Bolsonaro é que tem que dialogar comigo. Ele está confundindo as bolas. Ele não é presidente da República. Ele não foi eleito para isso”, afirmou.

    “Está ficando uma situação ruim para ele, porque ele está passando daquilo que é a responsabilidade dele. Ele nunca me convidou para perguntar se eu achava que a estrutura do Ministério era correta, se os nomes que ele estava indicando estavam corretos. Quando dizem que o parlamento quer indicar alguém no governo [fala que isso] é toma-lá-dá-cá, é engraçado isso. Quando eles querem indicar relator aqui e interferir no processo legislativo não é toma-lá-dá-cá?”, perguntou.

    “É engraçado. Fala-se de um lado, mas quer interferir no outro Poder. Então se você não quer que o parlamento governe junto, vamos manter a independência. Se você quer governar junto com o parlamento, vamos manter a harmonia. São coisas que precisam ser esclarecidas. Porque na hora que quer interferir aqui não tem nada de errado, não é interferência, não é pressão, não é nada”, protestou.

    VOTAÇÃO

    Mas o presidente destacou que o conjunto de propostas apresentado pelo ministro Sérgio irá a votação. Entretanto, frisou que isso acontecerá no tempo certo.

    “O projeto vai andar no momento adequado. Entendeu? Pode esperar para ter um Jornal Nacional, um Jornal da Band, Jornal da TV Record, pode esperar. Vai à votação, vai avançar o projeto de enfrentamento ao tráfico de drogas e armas, porque essa é uma prioridade da Câmara desde o ano passado, antes dele pensar em ser ministro”, complementou.

    MILITARES

    Sobre o Projeto de Lei (PL) 1645/19 que inclui os militares da União na reforma da previdência e PL 1646/19 que reestrutura as carreiras dos servidores das Forças Armadas (Aeronáutica, Exército e Marinha), Maia preferiu não opinar.

    “É importante a reforma chegar para a gente começar a discutir. Vai ter gente que vai elogiar, que vai criticar. Mas o importante é que ela chegou e a gente espera, espero eu, que consiga tramitar a PEC [06/19] e o projeto de lei de forma conjunta”, falou.

    “Não vi o mérito. Tem gente que está elogiando, tem gente que está criticando. Eu preciso sentar com os técnicos para avaliar”, complementou.

    GOVERNO

    Por fim, o presidente da Câmara deixou um recado para a articulação política do governo Bolsonaro, que é necessário organizar a base de parlamentares e dos partidos propensos a apoiar a gestão do novo governo.

    “O presidente é peça chave. Ele é que comanda. A base é do governo. Não é do presidente da Câmara, é do presidente da República. O presidente da Câmara pauta a matéria e quando eu me interesso pela matéria, eu ajudo. Mas se o presidente da República não organizar a sua base no parlamento, a gente fica com muita dificuldade. E é isso que se está avisando ao governo. Tem que organizar a base e eu acredito que o governo vai caminhar bem nas próximas semanas”, comentou.

    PSL

    Maia também comentou que a aprovação da admissibilidade da PEC 06/09 na Comissão de Constituição e Justiça cabe ao PSL, do presidente Jair Bolsonaro.

    “No CCJ a responsabilidade é do PSL. O PSL cuida da CCJ. Cada um cuida da sua seara. Eu cuido do plenário. É importante que o PSL que comanda a CCJ forme a maioria para aprovar a admissibilidade da matéria. Tem que esperar sair da CCJ e ir para a comissão especial. A minha previsão é que junho a Câmara possa estar votando a matéria”, finalizou.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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