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- Contato Brasil, 26 de abril de 2024 16:53:35
Os dados são do Atlas da Violência 2018 sobre os municípios com dados referentes a 2016, um estudo feito pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta sexta-feira, 15.
O estudo revela também os 10 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes que são menos violentos: Brusque (SC), Atibaia (SP), Jaraguá do Sul (SC), Tatuí (SP), Varginha (MG), Jaú (SP), Lavras (MG), Botucatu (SP), Indaiatuba (SP) e Limeira (SP).
Indicadores
O Atlas aponta que os 10 municípios com menores taxas de homicídios têm 0,6% de pessoas extremamente pobres, enquanto os 10 mais violentos têm 5,5%, em média. No total, o Brasil tinha 309 municípios com mais de 100 mil pessoas em 2016.
O estudo mostra também que o percentual de pessoas sem saneamento básico é de 0,5% nas cidades menos violentas e de 5,9% nas mais violentas. A taxa de desocupação de jovens também é maior nas cidades com mais assassinatos .
“Os indicadores mostram diferenças abissais entre as condições de desenvolvimento humano, começando pela taxa de mortes violentas, que, no último grupo, foi mais de dezesseis vezes maior”, diz o estudo.
Violência letal
“A edição do Atlas com dados municipais tenta jogar luz a um componente da violência letal que diz respeito às condições socioeconômicas das pessoas mais atingidas pela violência”, explica a diretora executiva do Fórum Brasileiro da Segurança Pública, Samira Bueno.
O estudo, frisa Samira, basicamente mostra que municípios com melhores níveis de desenvolvimento – e aqui falamos de habitação, educação, inserção no mercado de trabalho, dentre outros – também concentram menores índices de homicídio.
“Ou seja, estamos falando de pobreza, mas principalmente, estamos falando de vulnerabilidade econômica e de desigualdade”, enfatiza.
Vulnerabilidade
Os indicadores, segundo ela, revelam o “equívoco de políticas de enfrentamento da violência focadas apenas no policiamento e em estratégias repressivas”, ressaltou
Samira Bueno diz que o estado não é capaz de oferecer condições básicas de vida e cidadania para parcelas significativas da população.
“Justamente essas pessoas, que vivem em condições de inserção precária do mercado de trabalho, evadem da escola muito cedo, habitam em territórios sem infraestrutura e são os que mais ficam vulneráveis à violência”, acentua.
(Por Gil Maranhão. Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)