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Nordestinas
  • 15/06/2018 15h17

    MAPA DA VIOLÊNCIA – Taxa de homicídios de negros é quase três vezes maior que a de brancos; Mortes entre jovens masculinos é maior

    Dados são do Atlas da Violência 2018, estudo produzido pelo Ipea e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta sexta-feira
    Foto: Democracia e Política

    Negros e pardos são os que mais sofrem homicídios

    (Brasília-DF, 15/06/2018) A taxa de homicídios de negros no Brasil é quase três vezes maior que a de não nefros (brancos e pardos). Segundo o Atlas da Violência 2018, estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e divulgado nesta sexta-feira, 15, a taxa de negros assassinados em 2016 foi de 40,2. Enquanto a de não negros não passou de 16.

    O estudo mostra que das 71,5% das pessoas assassinadas a cada ano no país são pretas ou pardas.

    De acordo com o estudo, de 2006 a 2016, enquanto a taxa de homicídio de negros cresceu 23,1%. No mesmo período, aponta o estudo, a taxa entre não negros teve redução de 6,8%.

    Os Estados de Sergipe e do Rio Grande do Norte lideram entre os que têm as maiores taxas de homicídios entre negros e pardos, enquanto em sete dos Estados pesquisados, por exemplo, registraram taxas de homicídios entre não negros de apenas um dígito.

    Assassinato de Mulheres

    A taxa de homicídios de mulheres negra foi 71% superior à mulheres não negras. De 2006 a 2016, aumentou 15,4% a taxa de homicídio entre as mulheres negras, e se registrou queda de 8% entre as mulheres não negras.

    Os estados de Goiás e Pará lideram ranking das maiores taxas quando se trata de homicídios a mulheres negras. Estes estados não estão entre aqueles com maiores taxas de homicídios de mulheres brancas. Em relação às mulheres não negras, o estado de Roraima é quem lidera, cujo índice, segundo os pesquisadores, “é muito superior a qualquer outra taxa, em qualquer outro estado”.

    Homicídios/ Jovens

    Um dado preocupante revelado no estudo Ipea e Fórum Brasileiro de Segurança Pública é quando homicídio de jovens, principalmente do sexo masculinos (entre 15 a 19 anos) que chegou a 56,5% do total de óbitos.

    “Fenômeno denunciado ao longo das últimas décadas, mas que permanece sem a devida resposta em termos de políticas públicas que efetivamente venham a enfrentar o problema. Os dados de 2016 indicam o agravamento do quadro em boa parte do país: os jovens, sobretudo os homens, seguem prematuramente perdendo as suas vidas”, justifica o estudo.

    Em 2016, 94,6% dos jovens assassinados eram do sexo masculino, um acréscimo de 8% em relação ao ano anterior, e os maiores registros foram verificados nos estados do Acre e do Amapá.

    Armas de fogo

    Outro item estudado foi o uso de armas de fogo. O Atal da Violência revela que entre 1980 e 2016, cerca de 910 mil pessoas foram mortas com o uso de armas de fogo. Para os pesquisadores, o ano de 1980, marca “uma verdadeira corrida armamentista no país só interrompida em 2003, por conta do Estatuto do Desarmamento.

    Com base nos dados coletados, os estudiosos concluem que o “crescimento dos homicídios no país ao longo dessas três décadas e meia foi basicamente devido às mortes com o uso das armas de fogo, ao passo que as mortes por outros meios permaneceram constantes desde o início dos anos 1990.” O Estado de Sergipe lidera a lista daqueles que apresentam mais homicídios por armas de fogo (85,9% do total). Para eles, sem dúvidas, “não fosse o Estatuto do Desarmamento que impôs um controle responsável das armas de fogo, a taxa de homicídios seria ainda maior que a observada.

    (Por Gil Maranhão. Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)


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