( Publicada originalmente às 19h 24 do dia 21/01/2017) 

(Brasília-DF, 25/01/2017) No momento em que o Brasil vive atônito e preocupado com a segurança pública, reforçada por uma crise no seu sistema penitenciário, um estado brasileiro se apresenta com condições de uma vida cotidiana segura e de paz, entre as nove unidades federativas situadas na região Nordeste: a Paraíba.

O estado que vinha num crescimento acentuado de criminalidade e que em 2010 e 2011 registrou uma das maiores taxas de assassinatos do País – com índices de 41,5% e 44,3%, respectivamente -, encerrou o ano de 2016 com a segunda menor taxa de homicídios na região Nordeste (33,1%), atrás apenas do estado do Piauí - que foi de 20,8%, a quinta melhor do País.

No quadro geral entre as 27 unidades federativas do Brasil, o estado da Paraíba aparece em 17º lugar em redução de homicídios.

A redução de crimes violentos naquele estado nordestino, em cinco anos, de 2011 a 2016, foi possível através de uma forte intervenção do governo estado, através do ao Programa Paraíba Unida pela Paz.

Redução expressiva

O governo do estado também registra outros avanços e pontos positivos nesta escalada contra a criminalidade. Além da taxa de homicídios ter ficado em 33,1% por grupo de 100 mil habitantes e ser a 2ª melhor da região, em 2016, a Paraíba também registrou a segunda maior queda na redução de crimes violentos no Nordeste – 12%, atrás do estado do Ceará, que registrou redução de 13,7%. E mais: ainda superou o estado do Maranhão, que cresceu em 10% em casos de homicídios.

Os dados são mapa do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que revela redução da taxa de homicídios em apenas sete estados do País: Espirito Santo, Ceará, Paraíba, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais – respectivamente.

Menos mortes

Em recente entrevista à Agência de Notícias Política Real, o governador Ricardo Coutinho (PSB), destacou que nesses cinco anos, forças policiais do estado evitaram a morte de 12.857 pessoas. Somente em 2016, o programa evitou a morte de 5.945 pessoas.

Essa projeção está dentro de um estudo que avalio o “crescimento hipotético” de homicídios no estado, feito pelo Núcleo de Análise Criminal e Estatística (NACE) da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social.

“Foram quase seis mil vidas que foram preservadas”, comemora o governador Ricardo Coutinho. Ele avalia que se o programa Paraíba Unida pela Paz não tivesse inibido o avanço da criminalidade, a situação no estado, hoje, estaria pior que quando assumiu, em 2010 – quando havia um crescimento em curso, acentuado e quase que descontrolado.

Segundo Coutinho, “se fossem essas intervenções, nesses cinco anos, chegaríamos em 2016 com um acrescimento de 12.857 vidas a mais perdidas para a criminalidade”.

3ª menor número de latrocínios

O governador reforça que as ações do programa também possibilitaram que desde 2011 houvesse uma redução global na taxa de homicídios contra mulheres na Paraíba em 34%.

Outro ponto positivo, comemorado pelo governador paraibano, fruto das intervenções na área da segurança pública, é na questão da redução dos latrocínios – roubos seguidos de morte.

A Paraíba é o 3º estado com o menor número em latrocínios do Brasil – taxa de 0,8 latrocínios para cada grupo de 100 mil habitantes – empatado com Rio de Janeiro e São Paulo.  No comparativo com os demais estados brasileiros ficou atrás apenas de Minas Gerais – com 0,5 para cada grupo de 100 mil habitantes, e do Ceará – com 0,7.

Armas de fogo e drogas

O Núcleo de Análise Criminal e Estatística da Secretaria de Segurança do Estado  apontou, por exemplo, redução de latrocínios no estado de 31% no ano de 2016, em relação a 2015

Também no período de 2011 a 2016, o governo da Paraíba conseguiu fazer a apreensão de cerca de 18 mil armas de fogos e mais de 10 toneladas de drogas.

Melhoria na capital João Pessoa

Ricardo Coutinho também comemora os reflexos do programa Paraíba Unida Pela Paz na capital do estado, João Pessoa. Segundo ele, a redução da violência – ou de CVLI (Crime Violentais Letais Intencionais), como classifica a polícia - trouxe tranquilidade às ruas.

Também possibilitou uma melhoria na qualidade de vida em bairros como São José, Alto do Mateus e Jardim Veneza, que contam com Unidade de Polícia Solidária (UPS).

A taxa de homicídios também caiu assustadoramente em João Pessoa nos últimos anos. E hoje, 14 cidades de grande porte do Nordeste  apresentam taxa de homicídios superior à da capital paraibana. Dentre essas cidades, estão cinco capitais nordestinas: São Luís (1º), Fortaleza (2º), Maceió (3º), Natal (8º), Aracaju (9º), Salvador (13º) e Teresina (14º).

PIAUÍ TEM MELHOR TAXA ENTRE OS NORDESTINOS

O Piauí é de todos os nove estados do Nordeste o que apresentou a menor taxa de redução de assassinatos em 2016: 20, 8% para cada grupo de 100 mil habitantes. A região foi apontada pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública como a mais violenta do Brasil com taxa média de 44,5%, no ano de 2016.

No comparativo por cada grupo de 100 mil habitantes, o estado registrou a 5ª menor taxa de homicídios do País, ficando atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina, Roraima e Minas Gerais.

Quatro estados da região Nordeste detém as mais elevadas taxas de homicídios do Brasil, de acordo com o estudo feito em 2016. Sergipe é o estado brasileiro com 57,3%, seguido de Alagoas com 50,8%, Rio Grande do Norte com 48,6 e Ceará com 46,1%.

Depois vêm os estados do Pará (com 46, 0%), Goiás (44,3%) e mais dois estados nordestinos: Bahia (com 41,7%) e Pernambuco (com 41,6%).

MAPA DO AUMENTO E DA REDUÇÃO NO NORDESTE

Somente os estados do Ceará (13,7%) e Paraíba (12%) registraram redução de homicídios na região Nordeste, em 2016, de acordo com o mapa do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Nos demais estados da região houve aumento da criminalidade. O Rio Grande do Norte, que esteve entre os três estados nordestinos que registraram rebeliões em penitenciárias e se estendendo a violência para as ruas e bairros da cidade (a exemplo do Ceará e Maranhão) e iniciou o ano de 2017 sendo também um dos três estados do País com motins em presídios (ao lado do Amazonas e Roraima), registrou em 2016 o maior taxa de aumento de homicídios – 19%.

Em seguida vem a Bahia (15%), Piauí (com 10,8%), Maranhão (com 10,7%) e Pernambuco (com 13,8). Os estados de Sergipe (com 1,6%) e Alagoas (com 2,3%) foram o que registraram na região taxas menores de aumento de assassinatos, no ano de 2016.

(Por Gil Maranhão – Especial para Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)