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Nordeste em Manchete
  • 08/07/2016 18h38

    ESPECIAL – Líderes avaliam que novo presidente da Câmara deve ter perfil conciliatório e valorizar matérias das comissões

    Parlamentares contestam manobras para escolha do nome para o mandato tampão que se estenderá até fevereiro de 2017

    (Brasília-DF, 08/07/2016) O novo presidente da Câmara dos Deputados devem ter um perfil conciliatório, democrático, afinado com a pauta do novo governo Michel Temer, valorizar as propostas das comissões temáticas e, sobretudo, livrar o Parlamento do “açodamento” imposto pelos aliados de Eduardo Cunha – que renunciou ao cargo esta semana.

    Pelo menos é que pensa alguns parlamentares ouvidos pela reportagem da Agência de Notícias Política Real. Eles comentam sobre os desafios do mandato tampão que se estenderá até fevereiro de 2017 – quando será eleita a nova Mesa Diretora da Câmara, para mandato de dois anos.

    Pauderney Avelino

    “O novo presidente deve ter capacidade de conduzir a Câmara; deve ter um perfil conciliador, que reúna os deputados em torno de um projeto comum de reconstrução do Brasil, especialmente na área da economia”, avalia o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM).

    Para o democrata, “finalmente, deve ser capaz de retomar a credibilidade dessa Casa Legislativa.”

    Rubens Jr.

    O vice-líder do PCdoB, deputado Rubens Pereira Jr. (MA), avalia que “a renúncia do deputado Eduardo Cunha chega em um bom momento, já que a Câmara está parada há muito tempo, e isso reflete diretamente na produção legislativa. Porém, Cunha ainda tenta um último suspiro: que o próximo presidente da Câmara seja um aliado seu e que atrase a apreciação da cassação dele já aprovada no Conselho de Ética.”

    Segundo o comunista maranhense, “a Câmara precisa dar um basta às manobras do deputado e sinalizar para a sociedade brasileira pela cassação de Eduardo Cunha."

    Rubens Bueno

    O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), também defende que o novo presidente da Câmara deve ter um perfil democrático, que respeito o Parlamento. Ele disse que tem que acabar com a manobras na Casa, e contestou o que chamou de “golpe” a mudança de data da reunião que apreciaria parecer a recurso impetrado por aliados de Eduardo Cunha na Comissão de Constituição e Justiça da Casa - inicialmente marcada para a próxima segunda-feira (11), a sessão foi adiada para a terça-feira (12).

    “Isto é golpe. Temos que lutar para voltar a data original. Caso contrário, a sociedade entenderá que está em curso um acordão para salvar o mandato do ex-presidente da Câmara”, destacou Bueno.

    Bueno defende que a eleição do novo presidente ocorra na próxima quinta-feira (14). “Não há acordo nesse sentido, ou seja, de adiantar o cronograma da eleição. O acordo é com o povo brasileiro que não quer só a renúncia de Eduardo Cunha, o povo quer a sua cassação também. Esta resposta a Câmara precisa dar às ruas”, acrescentou.

    José Carlos Aleluia

    O presidente do DEM da Bahia, deputado José Carlos Aleluia (BA), criticou a tentativa de “golpe” pelos aliados de Cunha, no processo sucessório. “Não podemos eleger um presidente para fazer uma pizza. A Câmara Federal não é a pizzaria de Cunha”, contestou. Segundo ele, a renúncia de Cunha  à presidência da Casa faz parte de uma tentativa de golpe para salvá-lo da cassação do mandato.

    “Em paralelo a renúncia, Cunha entrou com recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), alegando que o processo de cassação de seu mandato estaria nulo, porque ele, Cunha, estava sendo julgado como presidente da Câmara e não como deputado. Isso não é verdade. É como deputado”, diz Aleluia.

    Aleluia disse que aposta em uma candidatura que reúna todos os deputados que são contra essa manobra “Além dos partidos que hoje prestam apoio ao governo Temer, como o Democratas, PSDB, PPS e PSB, os oposicionistas PT, PDT, PC do B, Rede e PSOL devem apoiar a candidatura anti-Cunha”. Ele disse que é será muito importante o papel dos partidos de oposição ao governo Temer na eleição do novo presidente da Câmara. “Num momento em que a base do governo se desune, o apoio dos partidos de oposição é imprescindível para impedir o golpe de Cunha.”.

    Daniel Almeida

    Já para o líder do PCdoB, Daniel Almeida (PE), o novo presidente da Câmara deve ter o perfil de alguém que represente as forças comprometidas com a Casa.

    “Deve garantir a retomada mais normal possível dos trabalhos cotidianos do Poder Legislativo. É preciso dar oportunidade para que os temas sejam debatidos nas comissões. Hoje é quase tudo levado ao Plenário sem discussão prévia. As relatorias dos projetos devem ser distribuídas e a composição das comissões devem ocorrer conforme a representatividade partidária. Queremos a normalidade de funcionamento em um poder que é diverso e plural. Infelizmente, não tem sido assim”, acrescentou.

    (Por Gil Maranhão – Agência de Notícias Política Real. Edição: Genésio Jr.)


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