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Nordeste em Manchete
  • 08/07/2016 18h34

    ESPECIAL - Corrida para o mandato tampão – Dezoito deputados se candidatam para tirar a Câmara da letargia e melhorar imagem junto a sociedade

    Eleição foi marcada para a próxima semana, após renúncia de Eduardo Cunha, e as próximas horas serão decisivas para acordo entre os nomes lançados

    (Brasília-DF, 08/07/2016) “Nunca a Câmara dos Deputados esteve com a sua imagem tão desgastada e mal vista junta a sociedade brasileira como agora, devido essa situação política que envolve esta Casa”.

    A declaração do deputado federal Rubens Pereira Jr. (PCdoB-MA), membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), reflete uma reclamação geral nos corredores da chamada Câmara Baixa do Parlamento brasileiro.

    Da mesma forma que é um desejo generalizado entre os 513 deputados federais em se por fim à “gestão tripartite” da Câmara, que desde o dia 5 de maio deste ano, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu afastar Eduardo Cunha do comando da Casa, a Presidência vem sendo feito, alternadamente, ora pelo 1º vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA), que não tem tido pulso firme e nem a simpatia dos líderes; ora pelo 2º vice-presidente Fernando Giacobo (PR-PR); e outras vezes, pelo 1º secretário Beto Mansur (PRB-SP).

    Duas convocações

    Com renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na quinta-feira, 07, passou a ter vacância do cargo e a corrida pela Presidência da Câmara, que já estava deflagrada há dias, mas de forma sutil, agora veio à tona com todo alarido e muitos acordos. É o assunto que vai dominar a Câmara por toda a semana que vem, até o recesso parlamentar, que começa no dia 18 deste mês.

    A eleição foi convocada na quinta-feira, 07, e reafirmada nesta sexta-feira, 08, pelo presidente interino Waldir Maranhão para a próxima quinta-feira, 14 – embora o Colégio de Líderes (em torno d 12 partidos) tenha decidiu fazer na terça-feira, 12.

    Manobras

    Os simpatizantes dos dois lados falam em manobra. Os contra a decisão do Colégio de Líderes acham que a antecipação da eleição - marcada para o mesmo dia da reunião da CCJ que vai concluir a votação do “Caso Cunha”, é uma nova manobra para salvar de cassação o mandato do peemedebista carioca.

    Se aprovado o relatório do deputado Ronaldo da Fonseca (Pros-RJ), o processo de Cunha será devolvido ao Conselho de Ética, ou seja, volta à estaca zero. Se for rejeitado – e a maioria tente no momento à esta posição – segue para o Plenário da Câmara, que por 257 votos poder decidir pela cassação.

    Os contrário à decisão de Waldir, acham por sua vez que deixar a eleição para quinta-feira, às véspera do recesso parlamentar (que são de 15 dias, os trabalhos retornam somente dia 2 de agosto), é não querer que a Casa tenha um novo presidente.

    Vale ressaltar que a pressa do Colégio de Líderes em fazer a eleição na terça, é para que o “Caso Cunha” ao chegar no Plenário seja presidido por algum aliado do peemedebista.

    Os primeiros candidatos

    Atualmente, 14 candidaturas estão postas na Câmara. Alguns deles, integrante da tropa-de-choque de Cunha. Alguns deles já registram suas candidaturas nesta sexta-feira, 08, na Secretaria-Geral da Mesa (SGM).

    O deputado Fausto Pinato (PP-SP) foi o primeiro a registrar a sua candidatura à Presidência da Câmara, ainda na tarde de quinta, após a renúncia o deputado afastado Eduardo Cunha.

    Pinato está no seu primeiro mandato eletivo e foi o primeiro relator do processo contra Cunha no Conselho de Ética. É advogado e trabalhou como secretário parlamentar na Câmara e como assessor técnico na Assembleia Legislativa de São Paulo.

    O segundo parlamentar a registrar como candidato foi o deputado Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO). Ele, que já foi do PTB e do PMDB, foi por duas vezes vereador em Palmas, capital do Tocantins, três vezes deputado estadual, duas vezes presidente da Assembleia Legislativa e governador de Tocantins. Atualmente, exerce seu primeiro mandato de deputado federal.

    Carlos Manato (SD-ES) foi terceiro deputado a registrar candidatura para concorrer à presidência da Casa. Ele é o atual corregedor da Câmara, e está em seu quarto mandato como deputado federal. Esta na Câmara Federal desde 2003, quando se elegeu pelo PDT, antes de ir para o Solidariedade, e já integrou a Mesa Diretora da Casa como suplente por duas vezes. O deputado é médico e sindicalista de sua categoria.

    Marcelo Castro, o 1º do Nordeste

    O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), também registrou candidatura para concorrer à presidência da Câmara. Foi o primeiro deputado do Nordeste (e o quarto candidato no geral) a protocolar sua candidatura na SGM – que ocorreu às 13h desta sexta. Deputado há quatro mandatos, ele foi ministro da Saúde no governo Dilma, e apesar do rompimento de seu partido com o governo defendeu o voto contrário ao impeachment.

    Castro é médico e professor da Universidade Federal do Piauí. Já foi deputado estadual, e se destacou na Câmara dos Deputados como presidente da CPI que investigou os acidentes aéreos em 2007, e como relator da última versão da reforma política.

    Uma mulher

    Única mulher candidata à Presidência da Câmara é a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). Ela é filha do deputado Roberto Jefferson, delator do esquema do “Mensalão”, que resultou na prisão de vários figurões do PT.

    Brasil chegou a ser presa, suspeita de fazer boca de urna nas eleições de 2014 no Rio.

    Mais candidatos

    Outros candidatos dependem do apoio do seu próprio partido ou mesmo de acordo de entre forças políticas distintas para efetivar a sua candidatura – quer pelo grupo pro-Cunha (leia-se, “Centrão”, núcleo que envolve partidos de do peemedebista que renunciou ao cargo), quer de partidos que pretender derrotar o(s) candidato(s) do “Centrão".

    Entre os candidatos estão o líder do PSD na Câmara e ex-governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (DF), que presidiu a Comissão do Impeachment na Câmara.

    A bancada do PSB está dividia entre apresentou dois nomes: Júlio Delgado (MG), que concorreu à eleição para Presidência da Casa, em fevereiro de 2015, com Eduardo Cunha e Arlindo Chinaglia (PT), e ficou na 3ª colocação; e o deputado o deputado Hugo Leal (RJ), que chegou a ser cotado para vice-líder do governo, em abril, mas foi descartado por ter votado a favor do impeachment.

    Forte do Nordeste

    Dos socialistas, o deputado  Heráclito Fortes (PI) é o nome vem ganhando força nos últimos dias. É um político que faz forte oposição à Lula e Dilma e foi um dos articuladores do impeachment. Porém, é um dos nomes citados nas delações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, de ter recebido propina. Mesmo não sendo preferido dos aliados de Cunha, tem apoio do peemedebista.

    O PR aposta no 2º vice-presidente da Câmara, Fernando Giacobo (PR), que tem se saído bem na condução dos trabalhos nessa fase de interinidade, e o deputado Milton Monti (MG).

    Outros nomes na roda da sucessão são: o 1º secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP); o ex-governador de Santa Catarina e ex-prefeito de Florianópolis, Esperidião Amin (PP-SC); e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) Osmar Serraglio (PMDB-PR).

    Contra o “Centrão”

    Partidos que integravam a base aliada do governo Dilma e hoje estão na oposição do governo Temer, como PT e PCdoB defendem uma composição de forças política distintas, com partidos da antiga oposição - como PSDB, DEM e PPS, para juntos vencerem o chamado “Centrão”.

    Entre os nomes fortes desse grupo está o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). Ele e sua assessoria têm descartado candidatura à Presidência da Casa, mas parlamentares governistas e oposicionistas avaliam que ser “um nome bom” para presidir a Casa e, pela sua experiência e conduta serena, é quem tem mais condições de fazer a interlocução entre a Câmara e o Palácio do Planalto e devolver a normalidade dos trabalhos legislativos.

    Outro nome que vem sendo trabalhado por esse grupo é o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Líderes avaliam que é um nome que tem simpatia tanto da atual oposição, como dos governistas e do próprio Planalto.

    Em oposição ao “Centrão”, tem ainda a candidatura do deputado José Carlos Aleluia, presidente do DEM da Bahia e relator do projeto sobre a questão do Pré-Sal. Em maio ele entrou com pedido no STF para convocar nova eleição para Presidência da Câmara. Outro nome desse grupo é o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), considerado um dos algozes de Cunha.

     

    TODOS OS CANDIDATOS

    Rodrigo Maia (DEM-RJ)

    José Carlos Aleluia (DEM-BA)

    Antonio Imbassahy (PSDB-BA)

    Heráclito Fortes (PSB-PI)

    Júlio Delgado (PSB-MG)

    Hugo Leal (PSB-RJ)

    Rogério Rosso (PSD-DF)

    Marcelo Castro (PMDB-PI)

    Osmar Serraglio (PMDB-PR)

    Fausto Pinato (PP-SP)

    Esperidião Amin (PP-SC)

    Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO)

    Cristiane Brasil (PTB-RJ)

    Milton Monti (PR-MG)

    Fernando Giacobo (PR-PR)

    Chico Alencar (PSOL-RJ)

    Carlos Manato (SD-ES)

    Beto Mansur (PRB-SP)

     

    (Por Gil Maranhão – Agência de Notícias Política Real. Edição: Genésio Jr.)

     


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