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Nordeste em Manchete
  • 26/02/2016 14h41

    ESPECIAL DE FIM DE SEMANA - “Precisamos fazer a Reforma do Estado, mais eficiente e de resultados ao cidadão”, propõe Aguinaldo Ribeiro

    Novo líder do PP afirma que vai também aprofundar no partido discussão sobre Reforma da Previdência, Pacto federativo, CPMF e DRU
    Divulgação

    Aguinaldo Ribeiro, líder do PP na Câmara Federal

    (Brasília-DF, 26/02/2016) “Nossa contribuição é avançar para sair desse marasmo econômico que nós estamos vivendo”. A declaração é do novo líder do Partido Progressista (PP) na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), na sua primeira entrevista, minutos após a longa reunião na sala da Liderança, na última quarta-feira, 24, onde foi discutido o acordo que culminou na aclamação do seu nome.

    O PP foi o último partido a definir o seu líder para este ano de 2016. Foi também a legenda que teve a eleição mais complicada e inusitada neste segundo ano da 55ª Legislatura. O partido tem a quarta maioria bancada da Casa – com 40 deputados, atrás apenas do PMDB (67), PT (59) e PSDB (53 deputados). E encabeça o maior bloco partidário da Câmara, ao lado do PTB, PSC e PHS, totalizando 79 deputados – o segundo maior bloco é formado pelo PR, PSD e PROS tem 76; e o terceiro, composto pelo PMDB e PN, tem 69 deputados.

    A eleição do PP teve um pouco de tudo: distribuição de folhetos com denúncias contra Aguinaldo (por distribuir R$ 41.646.600,00, quando deixou o ministério das Cidades, a 42 cidades do seu estado, a Paraíba, para se reeleger deputado federal); troca de candidaturas em cima da hora (saiu da disputa o ex-líder Eduardo da Fonte (PE) e entrou Cacá Leão (BA); candidato se inscrevendo pouco antes do pleito - Espiridião Amin (SC); articulações de bastidores entre as alas governista e oposicionista do partido; reuniões longas e sem consenso, realizadas em dois tempos (das 12h às 15; e das 17 às 21h30) e votações tensas com resultados surpreendentes, que levou o pleito para segundo e um terceiro turno inédito.

    Tudo isso levou a direção nacional a entrar em campo e intervir para acalmar os ânimos e não provocar rachas – e até debandada nesse período de “janela partidária” (que permite deputados a trocarem de partidos). Para evitar a realização do terceiro turno, na quarta-feira desta semana (dia 24), o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI) pediu ao deputado Cacá Leão (BA) – vencedor nos dois turnos – mas sem atingir a maioria absoluta, de 21 votos – a retirada de sua candidatura e, num consenso, aclamou Aguinaldo Ribeiro novo líder.

    Nesta entrevista ao jornalista Gil Maranhão, da Agência de Notícias Política Real – e à equipe da TV Câmara, o parlamentar paraibano elenca as prioridades e os desafios à frente da liderança da bancada pepista.

    Reforma do Estado

    “Acho fundamental, além das questões já colocadas na Casa, temos alguns temas que são de relevância, que vamos discutir com a bancada, como a Reforma do Estado. Esse é um tema que o Brasil não pode deixar de encarar. Nosso partido estará fazendo a discussão e apresentando soluções para que possamos ter um Estado menor, mais eficiente, que reduza a sua burocracia, melhore gestão de meritocracia, enfim, um Estado de resultados, que é isso que todo cidadão espera.”

    Valores da família

    “Tem, ainda, os temas que reforcem os valores em família, que são temas atrelados ao nosso partido. Nós vamos acentuar também essas discussões nos debates da Casa, nas proposições que tramitam. Tem os temas da agenda da Casa, que mais cedo ou mais tarde iremos enfrentar, que são colocados pelo próprio governo, e por alguns parlamentares.”

    Pensar o progresso

    “Nossa contribuição é avançar para sair desse marasmo econômico que nós estamos vivendo. O Brasil precisa de uma agenda para que possamos alavancar a nossa posição, pois hoje mesmo (dia 24) tivemos a noticiai de mais um rebaixamento (da nota de crédito do País no exterior) por uma agência internacional. É nessa linha que vamos trabalhar, porque é uma bancada que tem essa característica de desenvolvimento, sempre pensando em progressismo. E o progresso é este: uma pauta para a agricultura, melhorando as commodities, e também uma pauta de infraestrutura.”

    Posição sobre CPMF

    “Nós vamos discutir isso também dentro do partido. Há posições controversas, muito resistência. Simplesmente aumentar imposto, mesmo que se chama de contribuição, mas na verdade é mais um imposto que pagamos, é um tema que remete a uma resistência grande por parte do cidadão. Porque o mais simples a se fazer é: estamos precisando de arrecadação, aumenta-se impostos. Mas há resistência. Vamos ouvir a bancada. Há problema muito sério que são as Prefeituras, praticamente de insolvências dos municípios, as dificuldades dos estados, num cenário em que não temos avanços na economia. Então esse problema tende a se agravar muito mais. É preciso a  gente pensar com muita serenidade para não apenas criarmos mais uma contribuição que não solucionará o problema deste País.”

    Questão da DRU

    “O PP também vai fazer essa discussão interna. Há posições divergentes e até convergentes. Majoritariamente nós não podemos avaliar nenhum tema de forma estanque. Esse é um pensamento nosso, em função de vários temas que já foram deliberados pela Casa, apresentados como solução. Aquilo que entendermos que for necessário para o desenvolvimento do País, acho que não vamos ter problema nenhum na bancada. Nós não podemos é tomar decisões penalizando o cidadão. Quando se fala em aumentar imposto é uma decisão que estamos tomando sobre a carteira do cidadão, aquilo que ele tem. E nós temos que ter respeito a isso. A decisão tem que vir com compromissos de gestão eficiente.”

    Mudanças na Previdência

    “Nós temos um anuncio do governo que iria mandar um pacote de reformas. Nossa posição é aguardar o que o governo está pensando de forma concreta. Agora, a questão da Reforma da Previdência é eminente, nós vamos ter que enfrentar. É uma opção também do País. O Brasil tem que decidir. Nós não podemos financiar uma Previdência que não fecha a conta. Ainda que o Tesouro possa bancar esse cidadão que não contribui com a Previdência, essa uma decisão da sociedade que o governo vai ter que honrar. A conta tem que fechar: tem que haver contribuição para que o aposentado possa receber o benefício. Se a conta não fecha, alguém paga, e é o cidadão. O partido vai fazer avaliação para definir num momento propício”.

    Reforma Tributária

    “O Pacto Federativo e a Reforma Tributária são dois temas que estão atrelados, na minha avaliação, e que deve ser avaliados o mais rápido possível, porque isso também vai fazer que tenhamos competitividade no País.”

     

    (Por Gil Maranhão, para Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)


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