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BRIGA NO PSL: Líderes Joice Hasselmann e Major Olímpio trocam acusações durante sessão do Congresso; “Coisa de moleque”, acusam ambos
06/06/2019 08h29
Foto: Montagem Veja Abril

( Publicada originalmente às 20h 54 do dia 05/06/2019) 

(Brasília-DF, 06/06/2019) A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), e o senador Major Olímpio (PSL-SP), líder do partido do presidente Jair Bolsonaro naquela casa legislativa, protagonizaram um grande bate-boca na sessão conjunta de deputados e senadores votava nesta quarta-feira, 05, marcada para analisar 13 vetos do ex-presidente Michel Temer (MDB) e dez do atual governo às matérias que foram sancionadas pelo Poder Executivo.

O motivo da confusão entre os dois líderes governistas se deu em torno da votação do veto de Temer que retirou algumas categorias da lei que criou o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Ambos se acusaram, mutuamente. Dizendo que o outro estava fazendo “coisas de moleque”. Hasselmann diz que promoveu um acordo com todos os líderes partidários, incluindo os da oposição (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede Sustentabilidade) para que o referido veto não fosse apreciado. Fato que foi contestado pelo senador que lidera o PSL.

“FIO DESEMCAPADO”

Indignado, Major Olímpio afirmou também que por conta do acordo feito vão lhe chamar de “fio desencapado” e que tem “vergonha” do ocorrido.

“Eu quero dizer que foi dada a palavra a líder do governo no Congresso, deputada Joice. Pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), por Vossa Excelência, senhor presidente, que me pediram para tirar um destaque relativo a segurança pública. Aos agentes penitenciários e aos agentes socioeducativos. Pois, eu quero dizer que a palavra não foi cumprida. Coisa de moleque e, assim, nós não termos dignidade a essas categorias profissionais”, falou da tribuna do plenário Ulysses Guimarães, onde acontecia a sessão do Congresso.

“E eu quero dizer que quem falava pelo governo não tinha palavra. 240 votos contrários. O PSL votou fechado e acompanhou o acordo feito. Coisa mal construída, coisa porca. Eu venho aqui, senhor presidente, manifestar a minha indignação e a minha vergonha desta sessão. Quando foi dito e foi negociado com a oposição, vamos manter a palavra. E o que foi construído aí com relação a isso? E, agora, o que eu digo? Eu dei a minha palavra a Vossa Excelência e retirei o destaque. O que eu digo para 130 mil agentes penitenciários? Que não se tem palavra? Que é uma vergonha isso aqui mesmo? Que é uma esculhambação?”, continuou.

“ATAQUE PELANCA”

Em resposta, Hasselmann utilizou os microfones do plenário para rebater o colega de partido e afirmar que Major Olímpio não tinha razão em seu discurso. Aos jornalistas, disse que essa não foi a primeira vez que membros da legenda de Bolsonaro se enfrentam. Ela classificou o episódio de “absolutamente natural de um partido tão diferenciado, digamos assim”. “Então quando você vê  o líder do partido no Senado subindo na tribuna e tendo um ataque de pelanca, pelo amor de Deus”, exclamou.

“Como eu fui citada como líder, por favor. Nós costuramos um acordo para que nós do governo orientasse segundo aquilo que nós conversamos com cada líder. As cédulas ´de votação] foram distribuídas. Nós conversamos com cada um dos líderes e eu não posso, e ninguém aqui pode, pegar uma arma e apontar de parlamentar ‘a’, ‘b’, ou ‘c’ para votar segundo aquilo que está na cédula. Dentro do nosso partido houve divergência em alguns pontos, apesar do acordo. Nós cumprimos cada ponto. Eu não admito aqui que venham de molecagem comigo também”, tentou esclarecer Hasselmann.

“Aqui nós temos oposição, nós temos aqui um grupo que está e cumprimos o acordo, sim. A parte do governo foi feita. E eu não tenho medo de quem fala alto. Porque eu também sei falar”, complementou batendo boca com o colega de PSL Major Olímpio.

SESSÃO SUSPENSA

Devido ao elevado bate-boca entre os dois parlamentares aliados de Bolsonaro, o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), encerrou a sessão e que só retomará a votação dos demais vetos que faltam para serem deliberados na próxima terça, 11. Questionado sobre o episódio, ele falou rindo que isso é “bom porque é da democracia”.

“Até dentro do partido do governo tem divergência. Que pena que tem mais divergência do que convergência”, comentou o senador amapaense.

Já um importante líder de um partido oposicionista afirmou a reportagem que devido ao excesso de crises protagonizadas pelos parlamentares aliado do governo ele está com “medo de perder o emprego” como oposicionista.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)



Link da notícia
http://politicareal.com.br/noticias/nordestinas/579588/briga-no-psl-lideres-joice-hasselmann-e-major-olimpio-trocam-acusacoes-durante-sessao-do-congresso-coisa-de-moleque-acusam-ambos