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PREVIDÊNCIA: Votação fica para depois da Páscoa, após relator pedir adiamento
18/04/2019 11h00
FOTO: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados e site Poder 369

( Publicada originalmente às 15h 44 do dia 17/04/2019) 

(Brasília-DF, 18/04/2019) O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/19 que pretende estabelecer uma “Nova Previdência”,  deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), pediu nesta quarta-feira, 17, o adiamento da deliberação da matéria por ao menos mais uma sessão. A decisão aconteceu após a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) convocada para votar a admissibilidade ter sido suspensa por quase uma hora.

Segundo o parlamentar do PSL mineiro, a decisão foi tomada devido aos vários pedidos feitos pelos mais diversos parlamentares para tentar encontrar um texto de consenso que “atenda aos interesses da população brasileira”. Com isso, a votação da matéria foi estabelecida pelo presidente do colegiado, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), para a próxima terça-feira, 23.

“Nós observamos que diversos temas foram trazidos aqui pelos colegas deputados. Alguns temas que verdadeiramente apresentam uma maior complexidade e exigem deste relator uma análise sobrevalorizada. E isso temos feitos desde quando fomos designados relator. Observamos também 13 votos em separado [em que] cada um dele levantam temas que representam suas relevâncias”, comentou.

“Então, na busca de se construir algo – demonstrando efetivamente a soberania deste parlamento, este relator solicita aos nobres colegas desta Casa mais uma sessão para que a gente possa analisar cuidadosamente cada um destes temas e possamos apresentar no mais tardar na próxima terça-feira [23] uma complementação de voto, ou não, em que os interesses da sociedade brasileira sejam efetivos e plenamente atendidos”, complementou.

PARADA REGIMENTAL

A suspensão da reunião da CCJ foi tomada Francischini após ouvir o apelo feito pelo deputado José Guimarães (PT-CE) que via na condução dos trabalhos do colegiado, até entã, um “desrespeito” às regras regimentais em que o encaminhamento da votação da PEC 06/19 acontecia, sem a presença do relator.

Líder da Maioria pediu modificação ainda na CCJ

“Vossa Excelência definiu que o projeto seja o item único da pauta. Se é único, a pauta deste item estabelecido por Vossa Excelência [precisa cumprir o regimento e] o que diz o artigo quinto do regimento? Não poderá a matéria ser apreciada e nem a votação ser realizada sem a presença do relator da matéria”, alertou o petista cearense.

“Portanto, tem que refazer isso. Tem que anular [os procedimentos de deliberação já realizados] imediatamente com base [neste] artigo. Isso para o bem do regimento da Casa. Eu pondero a Vossa Excelência”, cobrou o vice-líder do PT na Câmara.

A partir daí, antes da suspensão da reunião, uma aglomeração com quase 15 parlamentares se formou em torno da mesa diretiva dos trabalhos da CCJ.

AVALIAÇÃO

O líder da Maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse, após a suspensão dos trabalhos, que o desejo da maioria dos parlamentares que formam o seu bloco era que assuntos alheios à Previdência,  como questões referentes ao abono salarial - poderiam ser retirados da PEC já no âmbito da CCJ.

Antes mesmo da apreciação do mérito, que se dará na comissão especial que será formada assim que a admissibilidade da PEC 06/19 for aprovada na CCJ. O bloco liderado pelo parlamentar paraibano é formado por PP, MDB e PTB e reúne 84 deputados ao todo.

Aguinaldo Ribeiro comentou, ainda, que o dispositivo previsto na PEC 06/19, que estabelece a retirada do quórum constitucional de 308 deputados e 54 senadores para as futuras alterações no regime previdenciário -  já poderia ser, também, retirado no âmbito da votação pela admissibilidade da matéria.

José Guimarães(PT-CE) queria a presença do relator Marcelo Freitas na CCJ

O texto encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e mantido, até então, pelo relator da proposta na CCJ define que as futuras alterações com relação ao tema precisem apenas de maioria simples de 257 deputados e 41 senadores.

“Pode acontecer de você retirar aquilo que está no texto e que alguns, por exemplo, acham que trata de previdência. O texto como está não é um texto que conta com o apoio e disposição dos partidos para se aprovar. [É preciso] retirar estes temas, repito, as lideranças estão entendendo que não são temas afeitos à previdência”, assinalou o líder da maioria.

“Não estou querendo entrar na questão pontual aqui. São vários. [Os líderes] elencaram vários pontos. Alguns pontos nós já defendemos que não se trata aqui [na CCJ], por exemplo, [como] a questão da aposentadoria rural e do BPC [Benefício de Prestação Continuada] que nós vamos mexer nisso e apresentar, se necessário, inclusive, emendas para retirar do texto”, complementou.

“E aí alguns [líderes] em relação a desconstitucionalização acham que alguns pontos específicos precisam ser retirados na Comissão de Constituição e Justiça. E como o texto está muito marmorizado, como se fosse uma carne com gordura que você precisa retirar cirurgicamente a gordura sem prejudicar a carne, então é preciso que se dê um tempo para que se possa fazer tecnicamente essa avaliação”, completou.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)



Link da notícia
http://politicareal.com.br/noticias/nordestinas/579180/previdencia-votacao-fica-para-depois-da-pascoa-apos-relator-pedir-adiamento