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Jorge Henrique Cartaxo
  • 24/04/2019 16h31

    Menos Camarada Mourão

    Hamilton Mourão, já na campanha, começou demarcar-se de Jair Bolsonaro. Naquele primeiro momento, mesmo com ruídos, era a campanha e suas paixões. Passou!

    Hamilton Mourão( Foto: AFP- Evaristo Sá)

    O general Mourão, vice-presidente da República, não é exatamente  esse oceano de sabedoria. Mas, diante das nulidades contemporâneas que ocupam o comando dos principais gabinetes da Nação - a presidência  da República, a presidência da Câmara, a presidência do Senado e a presidência do STF - ele parece um goumert de uma academia francesa do século XIX.

    Mesmo com aquele jeitão de caserna e cavalariano de poucos modos, Mourão traz também aquele estilo, adquirido com o tempo, de menino do Rio das areias de Copacabana. Vejam o sotaque e a inflexão verbal do simpático general nas suas frequentes entrevistas. Como bem o definiu, esse sim elegante, o general Villas Boas: “o Mourão é aquele gauchão...” Em uma palavra, é um boa praça, que gosta de um bom papo, toma uísque, gosta da vida boa, é um brasileiro honrado e um militar de refinada e admirável formação.

    Mas de todas as funções que o general ocupou com louvor ao longo da sua elogiável vida militar, a de vice-presidente da República – certamente a mais notável de todas – parece não estar lhe caindo bem. O primeiro equívoco  do general, tão afeito à disciplina e à hierarquia, foi ter esquecido que o capitão Bolsonaro é hoje o presidente da República, portanto o Comandante em chefe das Forças Armadas.  Depois, deixou escapar a compreensão de que ao vice-presidente são reservadas funções eventuais de substituição do presidente da República, em definitivo em caso de morte, invalidez, renúncia ou destituição e de missões definidas pelo próprio presidente da República. No mais, a função mais nobre e adequada do vice-presidente é  manter-se calado e movimentar-se com discreta fidalguia.

    Hamilton Mourão, já na campanha, começou  demarcar-se de Jair Bolsonaro. Naquele primeiro momento, mesmo com ruídos, era a campanha e suas paixões. Passou! Eleitos, empossados, com desafios tremendos pela frente, Mourão coloca-se quase que como um poder paralelo, ou uma representação distinta – portanto alternativa -  ao próprio presidente da República. É bem verdade que o presidente Bolsonaro e seus filhos produzem constrangimentos em abundância, como se estivessem fora do lugar. Mas o presidente da República no pleno exercício constitucional das suas funções é o senhor Jair Bolsonaro. Ponto!

    E mais: o governo do senhor Jair Bolsonaro, diante dos desafios e do poder de fogo dos seus opositores e inimigos, tem se saído bem sim. Tem equívocos e, não raro, parece meio trapalhão. Mas no conjunto merece, no mínimo, o olhar da boa expectativa.

     

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