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Jorge Henrique Cartaxo
  • 23/01/2019 23h45

    Claudicando

    Os primeiros dias do governo Bolsonaro, não foram exatamente inspiradores.

    Bolsonaro em Davos( foto: Bloomberg)

    “A Sabedoria é radiante, não fenece, facilmente é contemplada por aqueles que a amam e se deixa encontra por aqueles que a buscam. Ela mesma se dá a conhecer aos que a desejam. Quem por ela madruga não se cansa: encontra-a sentada à porta....Seu principio é o desejo autêntico de instrução, o afã da instrução é o amor, o amor é a observância da leis, o respeito das leis é a garantia da incorruptibilidade e a incorruptibilidade aproxima de Deus. Portanto, o desejo da Sabedoria eleva à realeza. Chefes de povos : se vos agradam tronos e cetros, honrai a Sabedoria e reinareis para sempre”. Livros Poéticos e Sapienciais – Sabedoria de Salomão – Bíblia de Jerusalém.

    Nesse dias inaugurais, onde a imanência e transcendência divina aspergem a fala presidencial como um mantra, imaginei que Jair Bolsonaro, das montanhas geladas de Davos, estava a emular Salomão quando afirmou que se o senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, seu filho, tiver cometido algum erro terá que pagar pelo mesmo. É verdade que há mais ruído e especulação do que fatos e evidências de ilicitudes no conjunto de suspeitas que rondam a vida financeira do jovem senador eleito.  Mas o fato é que ele deve explicações e é razoável que ele o faça o quanto antes.

    Os primeiros dias do governo Bolsonaro, não foram exatamente inspiradores. Mesmo com a evidente má vontade da mídia, o desconforto de parte do Congresso e o temor dos nossos “capitalistas de compadrio” com os rumos de decência anunciados pelo Palácio do Planalto,  os novos governantes produziram ruídos desnecessários. Os ministros Ernesto Araújo das Relações Exteriores e Damares Alves da Família e Direitos Humanos,  poderiam ter sido mais cuidadosos em seus pronunciamentos e declarações absolutamente impróprias para as funções que ocupam. Animaram a imprensa nacional e internacional com laudas de ironias. O Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não demostrou exatamente a habilidade para os desafios da sua função. Certamente, dai o seu silêncio recente. O vice-presidente, o general Mourão, não raro se distância da prudência. Aparentemente atabalhoada, a viagem à Davos não tem sido exatamente exitosa. Todas as liturgias foram desconsideradas. O discurso de Bolsonaro – então a estrela do evento – não precisaria ter sido longo. Mas poderia ter mais estilo e adequabilidade para aquela plateia e janela do mundo dos negócios. Até o momento, são elogiáveis as pastas comandadas pelos militares, a área econômica e a Justiça. 

    email: [email protected]

    Twitter: @JorgeCartaxo6


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