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- Contato Brasil, 20 de abril de 2024 03:48:03
(Brasília-DF) As manifestações desse domingo, 26 de maio, vão entrar para a história da política do Brasil não pelo seu tamanho( não foram grandiosas para impressionar e nem minúsculas para se desprezar), mas pelo inusitado.
Um governo com menos de cinco meses de vida, busca, mesmo que diga que não entrou nessa, mostrar que tem apoio!
O presidente, em suas palavras disse que "é uma manifestação [...] com respeito às leis e instituições. Mas com um firme propósito de dar um recado àqueles que tentam com velhas práticas não deixar que o povo se liberte".
O Presidente afirmou durante a semana que nem ele iria aos eventos muito menos seus ministros. O PSL, partido do Presidente, decidiu não apoiar oficialmente os eventos. Grupos conservadores importantes, como o MBL e o Vem pra Rua, decidiram não entrar nessa. Os deputados do PSL, em sua maioria, foram ao eventos.
Nomes importantes do Congresso Nacional, como o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia(DEM-RJ), foram um dos mais atingidos. Eram muitas as pautas defendidas pelos manifestantes( apoios a reforma da Previdência, ao pacote anticrime, a Lava Jato, a Reforma Administrativa, a CPI da Lava Toga e repúdio ao Centrão).
As pessoas não podem esquecer que numa democracia o poder não é de um só, mas compartilhado com o Congresso Nacional, eleito e tão legitimado pela ruas como o chefe do Executivo, assim como outros poderes não eleitos. Existe o Poder Judiciário, que é constitucional, legítimo e legitimado pelas regras de sua formação. Existe, também, apesar de não ser constitucionalmente definido assim, as prerrogativas do fiscal da lei, que vem a ser o Ministério Público.
O Presidente da República ao falar que seria um recado para aqueles que desejam que o povo não se liberte, goste-se ou não, evidentemente, não joga palavras ao vento. Além de falar a seu público acaba incentivando os que teimam em se considerar mais dignos para atuar no jogo democrático. Isso é um erro de conceito.
Não vamos entrar aqui num torvelinho entre os que vêm méritos e erros do Presidente da República, que tem muito tempo de mandato, espera-se, para mostrar que poderá ajudar o país a avançar.
Chama atenção em meio a tudo isso que existem motivações nos eventos desse domingo,26, que vão além do Presidente da República e de seu Governo.
Ressalte-se o apoio que parte considerável da sociedade brasileira dá a Operação Lava Jato. Durante os eventos se falou também no fim do foro privilegiado, que tem relação direta com a operação que surgiu em Curitiba(PR).
Os movimentos de membro dos PSL com o intuito de, na semana que se inicia, no Senado Federal, tentar de todas as formas manter o Conselho de Fiscalização de Operações Financeiras(COAF) nas mãos do ministro Sérgio Moro, contrários a defesa que o Presidente Jair Bolsonaro tem dado a aprovação da reforma administrativa(MP 870/2019) do jeito que veio da Câmara dos Deputados – é mais uma prova de que tem gente que se vê além do Presidente da República.
Bolsonaro diz que sua chegada ao poder tem uma ação divina associada com a vontade do brasileiro mudar a forma de fazer política. A força que as pautas de Sérgio Moro tem junto aos apoiadores no Congresso e das manifestações são indicativos de que existe algo que vai muito além de Bolsonaro.
Uma coisa é certa: teremos uma semana difícil pela frente!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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