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- Contato Brasil, 28 de março de 2024 13:45:22
(Brasília-DF) A última semana do mês de abril começou com uma conjunção de datas.
O 21 de abril foi dia de Páscoa, momento para se celebrar o aniversário de Brasília - a nossa Capital Federal que chega a 59 anos, mais um dia para se relembrar a Inconfidência Mineira e dia de Tiradentes. Para completar é o primeiro 21 de abril do nosso novo Presidente da República, o improvável Jair Messias Bolsonaro.
Essas datas envolvem muitas referências, símbolos, destinos, muita história, que até parece sempre coisa de ontem, mas se esquece que marca o amanhã que ainda não chegou!
Tem a ver com a reinvenção ou renascer, com a determinação, conjuração e a expiação. Em meios a isso tudo tem muito mais. A Páscoa é momento de se reinventar, pois a ressureição no mundo cristão é muito mais que dar a vida por uma causa maior( morrer na cruz para salvar a humanidade). A criação de Brasília foi uma determinação de mais de 200 anos para levar a capital do País para o interior.
A Revolução Mineira trazia as bases da República, pois quem pagava tributos deveria ser o principal beneficiária - a base para a cidadania, que marcava os sedimentos do governo da coisa pública. A morte do alferes pelas mãos do Estado mostrava uma característica de nossa sociedade, onde o estado veio antes do povo. As elites se protegiam para que o povo pagasse a conta.
O novo presidente, talvez face o seu perfil nem um pouco intelectual - não vem explorando o momento como poderia. Ele não fez referência a data. Não se há de exigir que tal inação seja empobrecedora para esse momento impar de nossa vida nacional. Noutros momentos, outros poderosos se fartaram de usar a data para isso ou aquilo.
O Brasil, de fato, deveria ver na cena pública, como seria importante a sua reinvenção, a sua ressureição. Nossa sociedade e não os poderosos deveria perceber como são emblemáticos esses dias.
Brasília chega a 59 anos como uma metrópole, que não pode se servir do Estado, precisa se preparar para ser uma referência de uma novo federalismo que esse país precisa encarar. O novo presidente insiste dizer que vai fazer uma administração mais Brasil, menos Brasília.
Em fase de retomada, face a uma crise econômica, como se sabe, é um momento de oportunidade mas, em tese, não se mexe no bolo quando ele está pequeno. O momento de mexer na divisão da massa que forma o bolo é nos tempos de fartura. Quem teve essa oportunidade, em nome da próxima eleição e não da próxima geração, não o fez.
A pretensão de nosso novo presidente, tão desarticulado que é, e vivendo um momento em que a economia reluta em empinar, pode parecer um exagero, mas nossa pantagruélica crise fiscal poderá permitir(!), sim, que façamos algo inusitado. Uma costura federalista única. Certamente não ficará boa, será o possível.
O Brasil vem tendo muita oportunidades, que não só nossas. O Mundo inteiro parece que está de cabeça para baixo.
Talvez, os nossos poderosos não tenham querido tratar desse amontoado de fatos que se juntaram nesse 21 de abril. Sabe como é ! - melhor fingir que o bicho não é tão feio para que ele não queira nos engolir!
A mania brasileira do jeitinho! Às vezes dá certo!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
Email: polí[email protected]