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  • Contato Brasil, 23 de abril de 2024 04:29:11
Genésio Jr.
  • 23/07/2017 15h23

    Enquanto agosto não vem

    O retorno da atividade econômica já é percebida, mas a melhora(?!) da arrecadação só ficará evidente no final do terceiro trimestre do ano.

    Lula e Temer quando não falavam mal do outro em público( Foto: Notícias Agrícolas)

    (Brasília-DF) Começou a contagem regressiva para a chegada do mês de agosto. Esta é a última semana antes do chamado “mês do desgosto” se iniciar. Parece tolice, dessas estultices brasileiras que pouco servem, mas não é bem assim!

    No mundo rico e protagonista em quase tudo na história, até um dia desses, os mais fantásticos eventos se davam no final do outono ou no final do inverno. A mudança de clima orientava grandes ações humanas. Ao sol, típico dos trópicos, pouco se fazia especialmente nas grandes atuações políticas, à busca e manutenção do poder. A história não é uma manobra do acaso. Os grandes eventos são um concerto humano onde parece que o maestro não foi apresentado a nenhum dos praticantes. No Brasil, o mês de agosto não é brincadeira!

    Vai ser em agosto que o Presidente Michel Temer enfrentará uma decisão da Câmara dos Deputados que poderá afastá-lo do mandato por até 180 dias, que o levaria a um julgamento inédito no plenário do Supremo Tribunal Federal comandado por uma mulher. Não é bom esquecer que Temer assumiu o poder de forma efetiva em agosto de 2016 em substituição a primeira mulher eleita e reeleita presidente do Brasil.

    Antes de agosto chegar se esperava que o Governo de Michel Temer apresentasse uma sequência de notícias positivas para que o “desgosto” fosse ameno. Não deve conseguir. A decisão de aumentar Pis-Cofins dos combustíveis desagradou todos. Os que lhe apoiavam desde o início e os que já lhe detestava. O mundo econômico reagiu mal e se especula que a estratégia criada com a “PEC do Teto de Gastos” pode ruir oito meses depois de ter vindo ao Mundo.

    O retorno da atividade econômica já é percebida, mas a melhora(?!) da arrecadação só ficará evidente no final do terceiro trimestre do ano. O governo, apavorado com a perseguição dos números de seu déficit fiscal, apresenta contingenciamentos e mais contingenciamentos. Quem mais precisa de Estado,  da presença do poder público, são os mais pobres. O aperto orçamentário vai dar mais combustível, pelo menos por enquanto, para os recém defenestrados do poder.

    Os nordestinos são os que mais sofrem quando o Estado se deixa engolir por seus erros. Os apoiadores do ex-presidente Lula ganham argumentos de sobra. Foi no Nordeste onde os melhores ventos da época do Presidente de Honra do Partido dos Trabalhadores(PT) conseguiram mover moinhos imaginários.

    A jogada de Temer, permitir o aumento de tributos justo no momento em que vai enfrentar um julgamento legislativo – é, inegavelmente, de alto risco, mas evidentemente calculada.  O Governo avalia que até final de setembro os avanços econômicos começarão a ficar mais nítidos e que o afastamento não virá.   Temer sapateia sobre uma lâmina que corta tão bem como uma guilhotina jacobina.

    Os poderosos do Nordeste, especialmente no Congresso Nacional, dão sinais de que vale à pena esperar para ver quem pisca primeiro. Temer faz um jogo que nenhum outro Presidente da República, após a nossa última redemocratização - teve peito para fazer.  Temer não tem popularidade, recebe uma antipatia pantagruélica, porém vem realizando neste ano e pouco movimentos únicos. Não avalio que seja ajuizado apostar que tudo vá dar errado na estratégia deste senhor. Enquanto isso se dá, vemos o ex-presidente Lula engrossando o gogó!

    Boa semana a todos!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    Email: [email protected]


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