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  • Contato Brasil, 29 de março de 2024 11:34:38
Genésio Jr.
  • 16/04/2017 14h43

    Todo mundo sabia! E agora?!

    O senhor Emílio Odebrecht se comporta como se fosse um chantageado. Ele destaca que todo mundo na Imprensa sabia disso há muito. Esse todo mundo não se restringe só a Imprensa, até porque ela é feita por agentes sociais e econômicos que estão espalhados p

    Emilio Odebrecht falando o que quer ao lado de seu assustado advogado( foto: reprodução video)

    (Brasília-DF)  Não dá para fugir do assunto como naquelas situações desagradáveis que constrangem todos os lados de uma conversa. 

    De terça-feira, 11 de abril, em diante estamos todos premidos, tomados, aturdidos, inconsolados, assolados com as informações que surgem aos borbotões após o fim do sigilo das delações dos ex-executivos da Odebrecht, que estão do Supremo Tribunal Federal e que vão, pouco a pouco, se ramificarem para todos os níveis de investigação da Justiça do Brasil.  Não é só a elite política de Brasília, mas pela proeminência política da maioria dos estados brasileiros.

    Todos os lados estão sendo questionados. Tem uma declaração que está colocando em xeque todo o modelo nacional que surgiu com a Nova República.  “O que me entristece (...) é que a imprensa toda sabia que efetivamente o que acontecia era isso. Por que agora estão fazendo tudo isso? Por que não fizeram há 10 ou 15 anos? Porque tudo isso acontece há 30 anos!”, disse.

    O senhor Emílio Odebrecht se comporta como se fosse um chantageado. Ele destaca que todo mundo na Imprensa sabia disso há muito. Esse todo mundo não se restringe só a Imprensa, até porque ela é feita por agentes sociais e econômicos que estão espalhados por toda a sociedade. Se “todo mundo sabia”, todo mundo sabia! A Justiça que agora faz seu serviço em tempo real e fornece tudo a Imprensa, também sabia?!  A verdade é que o Departamento de Operações Estruturadas, o “Banco da Propina da Odebrecht”, surgiu só em 2006, no auge do segundo governo do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    A Nova República surgiu há 32 anos com a eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Há 29 anos surgia a Constituição de 1988.  O modelo de financiamento privada começou a funcionar na eleição presidencial de 1989.  Os militares temiam a entrada dos empresários no financiamento das campanhas. Expoentes dos governos militares diziam que iriamos nos dar mal com tanta democracia.   Todo mundo sabe que após governos de exceção é natural que as sociedades caminhem para o lado oposto. Basta ver como hoje, face a crise que vivemos, setores da sociedade se encantem com um conservadorismo quase belicoso.

    A Imprensa não deixa de ter suas culpas no momento que vivemos. Negar isso seria um estultice sem par! De tolices, basta as que vêm dos tolos indóceis que marcam as mídias sociais. Os profissionais da comunicação que são pagos pela sociedade para dizer o que ela precisa saber não precisam entrar nessa!

    Chegamos onde chegamos não por acaso ou porque alguém tinha que sair do jogo. De 2006 para cá, reconhece a Odebrecht, independente da retórica do senhor Emílio, mas a sua instituição respira efetivamente assim, vimos surgir uma nova legislação sobre os crimes de corrupção, que precisa evoluir, evidente. Ela foi fundamental para chegarmos neste momento e não é obra do Espírito Santo ou de um ardil para pegar essa ou aquele. Fomos encontrando nossos caminhos.

    A história da República brasileira mostra que fomos encontrando soluções, hora por que os Mundo nos impôs isso, como foi com o fim da escravidão, na chegada da República, o fim da República Velha, ou “Estadocracia” dos anos de Vargas, hoje estamos crescidos e já não somos mais pequenos, mas uma das 20 economias do Planeta em meio a crise das velhas economias que não sabem para onde vão. Que desafio!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    Email: polí[email protected]

     


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