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  • Contato Brasil, 25 de abril de 2024 17:12:58
Genésio Jr.
  • 25/09/2016 11h34

    Uma semana de traumas

    É verdade que vimos os candidatos petistas gritarem Fora Temer e ressaltar um Golpe, no entanto o cidadão deu de ombros, não deu a menor bola

    Apesar da energia vista, nem Lula conseguiu empolgar as campanhas do PT no Nordeste( Foto: Instituto Lula)

    (Brasília-DF)  Começou a contagem regressiva para o primeiro turno das eleições municipais de 2016. Estamos chegando ao final da disputa e a questão nacional, que se esperava marcante, se restringiu mais a crise econômica que ao recente Impeachment de Dilma Rousseff ou(e) a cassação de Eduardo Cunha.

    É verdade que vimos os candidatos petistas gritarem Fora Temer e ressaltar um Golpe, no entanto o cidadão deu de ombros, não deu a menor bola.  Todos os candidatos petistas nas capitais e grandes cidades no Nordeste estão em apuros, ou à beira disso.  Não houve solidariedade com a dor petista que seria de “54 milhões de votos”.  É bom ressaltar que, tradicionalmente, o eleitorado nessas disputas fica mais focado nos problemas paroquiais. É verdade, também, que a campanha é breve, as ruas parecem desocupadas e existe um desassossegar e um espantoso asco com a vida pública.

    Para o leitor ter uma dimensão do assombro só na penúltima semana das eleições foram contratadas mais de 400 pesquisas eleitorais no Nordeste.  A maioria delas são em cidades médias e pequenas. Em algumas capitais, onde a situação está bem resolvida, como Salvador e Natal, quase nenhuma foi contratada.  Existe uma angústia tremenda da classe política com essa situação. 

    Em alguns estados, os governadores que acabaram de se eleger deixaram de lado em lançar candidatos nas capitais ou dar-lhes apoios desenfreados.

    É o caso do Rio Grande do Norte, onde o governador Robinson Faria não tem candidato declarado.  Na Bahia, Rui Costa deixou a candidata do PC do B, Alice Portugal, em Salvador, praticamente só, para não ser derrotada com ela, visto que tem baixa popularidade por lá.   No Sergipe, o PMDB de Jackson Barreto não tem candidato e aparecer com ele em Aracaju não tem sido bom; Barreto está em rota de colisão com as corporações, como a polícia, assim como aposentados.

    Lula que é bom de Nordeste, foi ao Ceará e Rio Grande do Norte mas seus candidatos nos municípios que andou não andam bem cotados.  Grupamentos políticos como os Ferreira Comes, de Ciro e Cid, estão tendo grandes dificuldades para emplacar seus favoritos no Ceará; devem contabilizar algumas derrotas.  O PT de Wellington Dias nem candidato lançou em Teresina.  O governador Flávio Dino, no Maranhão, tende a terminar o pleito com várias derrotas em locais-chave em que tinha aliados pois decidiu por bem(ou por mal?!) bancar candidatos partidários ou verdadeiros dependentes políticos.  Tende a terminar o pleito rompido com o senador com quem foi eleito, Roberto Rocha.

    Governadores muito bem avaliados, como Ricardo Coutinho, na Paraíba, estão no fio da navalha. A vitória ou o fracasso lhes atormenta nesta última semana de setembro. 

    Estamos chegando na reta final com a sensação e os indicativos de que a população ficou indiferente, surpreendentemente, com o traumático Impeachment assim como sinaliza que a vida pública vai ter que remar muito para voltar a empolgar o cidadão.

    Boa semana a todos.

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]


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