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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 22/03/2019 18h40

    Os bombeiros bolsonaristas

    Com a reforma da previdência ameaçada, líderes do PSL resolvem manifestar apoio a Rodrigo Maia

    Rodrigo Maia nos estúdios da Band, quando aproveitou para atacar os críticos/Divulgação

    A base do governo começou a postar nas redes sociais mensagens simpáticas ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), depois que os bolsonaristas atacaram o presidente da Câmara, motivados especialmente pela decisão de “congelar” o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. A operação tem o objetivo de salvar a proposta da reforma da Previdência, depois que Maia avisou ontem que vai deixar a articulação com o governo.

    Outro motivo da ameaça de naufrágio da PEC é que o presidente da Câmara sofreu também ataques dos aliados do presidente Jair Bolsonaro por conta da prisão do ex-ministro Moreira Franco, que é sogro do parlamentar. Os bolsonaristas festejaram também a prisão do ex-presidente Michel Temer, o que ajudou a criar um clima azedo entre o Congresso e o Palácio do Planalto. Para os críticos, os dois presos são da “velha política”.

    “Eu estou aqui para ajudar, mas o governo não quer ajuda”, disse o presidente da Câmara, segundo deputados que estavam ao seu lado no momento do telefonema. “Eu sou a boa política, e não a velha política. Mas se acham que sou a velha, estou fora”, reclamou Maia, segundo publicou a Exame.

    O deputado Domingos Neto (PSD-CE) veio em defesa de Maia, que retwitou as observações do colega. "Não é uma estratégia inteligente de parte da militância do Presidente da República em hostilizar o presidente Rodrigo Maia. Todos percebem que o Rodrigo é o maior articulador da reforma, e a turma do propositor dela ataca seu maior defensor... Inacreditável".

    Hoje, a tropa recebeu novas ordens e parece que o recado vem de personalidades como a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), do senador e filho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).

    Entretanto, as novas orientações parecem que ainda não chegaram ao deputado Delegado Waldir (GO), que é o líder da bancada do PSL na Câmara. Ontem, Waldir não poupou críticas à reforma de aposentadoria dos militares e disse que o governo não equilibrou os pesos entre a reforma do regime geral e dos servidores públicos com a dos servidores militares.

    No seu Twitter, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, põe panos quentes no entrevero com Rodrigo Maia. “Há um movimento nas redes para colar em Rodrigo Maia a pecha de que ele é contra a Nova Previdência. Isso é mentira. Maia é um dos que mais tem trabalhado para aprovação e logo pelo principal plano do governo. Na prática, sem Maia, a coisa não vai e o Brasil empaca. Simples assim”.

    O senador Flávio Bolsonaro vai na mesma linha: “Presidente da Câmara Rodrigo Maia é fundamental na articulação para aprovar a Nova Previdência e projetos de combate ao crime. Assim como nós, está engajado em fazer o Brasil dar certo!”

    Em outro post, Flávio afirma que a “governabilidade durante os quatro anos de governo está diretamente ligada à aprovação da Nova Previdência. Essa é a única frente de batalha que deve ser aberta no momento, todas as outras atrapalham o Brasil”.

    O deputado Major Vitor Hugo também está na equipe dos bombeiros: “A Nova Previdência permitirá que o Brasil equilibre suas contas, volte a crescer, investir e assim gere empregos e renda para os nossos cidadãos. Vai dar certo!".

    Até o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSL), que tem uma espécie de briga particular com Rodrigo Maia, entrou no circuito depois de atacar o presidente da Câmara por conta do pacote anticrime: “O objetivo da Frente é acompanhar, como já vem sendo feito, a tramitação da PEC 06/2019, promover discussões, qualificar o debate público e difundir informações sobre a Nova Previdência e seus efeitos nos entes subnacionais, mormente no município do Rio de Janeiro”.


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