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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 11/07/2018 13h21

    Debate no DF – pré-candidatos foram genéricos

    Sete pré-candidatos do DF participaram do primeiro debate, mas prevaleceu a superficialidade

    Primeiro debate entre os pré-candidatos do DF realizado ontem à noite/Divulgação

    primeiro debate entre os postulantes ao Palácio do Buriti, ontem à noite, foi frustrante do ponto de vista de propostas. Os pré-candidatos falaram para a militância, mas esqueceram dos eleitores. No suposto confronto de ideias prevaleceu o superficialismo e o desejo de desqualificar o colega da bancada disposta lado a lado.

    A presença da militância contribuiu para a pobreza das discussões. Não é de hoje que a claque segue o ritmo dos seus representantes, que acabam sendo estimulados a formular frases de efeito.

    Os pré-candidatos esqueceram de abordar questões fundamentais, como o controle fiscal, a centralização de recursos nas mãos da União, a pequena margem para investimentos no Orçamento distrital e flanaram quando questionados sobre desenvolvimento. Com propostas genéricas não atacaram pontos centrais como o desemprego, o esfacelamento da economia e o desânimo dos próprios empresários com uma crise que parece não acabar.

    Quando falaram em investimentos, sugeriram parcerias público privada, como se essa fosse a única forma de estimular o crescimento. Ou numa parceria geral, como se a desconfiança com os governos fosse um mero detalhe para resolução de todos os problemas como segurança, saúde ou transporte público.

    Os sete pré-candidatos preferiram se distanciar de questões emblemáticas como a ojeriza do eleitor com a política e com o político. E quando entraram nesse tema, fizeram olhos de paisagem, ou do jogo do “meu partido é melhor”. E, por um poder divino, seriam capazes transformar as mazelas sem fazer omeletes.

    O candidato do PRP, Paulo Chagas, foi vaiado e carimbado como fascista. Não há como escapar da esquerda sem ser hostilizado. É um general e para muitos, somente isso basta para pichá-lo como reacionário. Chagas demonstrou que precisa se preparar melhor, não basta sugerir apenas honestidade. Esta é uma situação primária, originária e basilar.

    O candidato do PSDB, Izalci Lucas, entra no jogo de bater no atual governador como se estivesse numa tribuna da Câmara dos Deputados. Sugere que tem as melhores propostas, mas não é claro, específico e direto. Não há solução pronta e parece que tudo o que foi feito é descartável por puro discurso oposicionista.

    A candidata do Pros, Eliana Pedrosa, se equilibra num discurso mambembe entre ser ou não ser. Sua candidatura ainda não conseguiu explicar se há alguma diferença entre os demais. No debate do Metrópoles, Fecomércio e Fibra, repetiu uma cantilena dos demais.

    O candidato do PSB, Rodrigo Rollemberg, entrou no debate sabendo que era o principal alvo. Em meio aos aplausos e vaias, gritou números para ser ouvido. Tem as informações de sua administração e parece que levou certa vantagem entre os demais, que não convenceram sobre o conhecimento da máquina administrativa.

    A candidata do PSol, Fátima de Souza, parecia que falava para seus alunos. Por diversas vezes citou “meus alunos” como que a chamar cabos eleitorais para sua caminhada. Neste debate, escolheu como alvo Jofran Frejat, que teria extinto o “saúde em casa”, programa que foi o menino dos olhos de Fátima quando foi gerente no Ministério da Saúde. Jofran nega a “canetada”, expressão que aproveito.

    O candidato do Novo, Alexandre Guerra, estreou com nervosismo no debate, o que deve ter prejudicado a apresentação de ideias. Articulado com o discurso do seu partido, ficou mais preocupado em apresentar o programa do Novo. Guerra está focado em mostrar que conhece o Distrito Federal e as suas 31 cidades. Sendo o mais jovem dos pré-candidatos, tem o desafio de agradar, mas também o de mostrar que tem ideias diferentes e realistas.

    O candidato do PR, Jofran Frejat, esteve muito preocupado em demonstrar que conhece a área da saúde e que sua passagem como gestor teria contribuído para a melhoria no atendimento à população. Jofran sabe que a saúde é um ponto delicado do seu principal adversário, Rodrigo Rollemberg. Mas precisa atualizar o problema para conquistar a confiança do eleitor. Jofran foi o mesmo do mesmo e não fugiu da média dos demais concorrentes.

    Novos debates devem se repetir outras seis vezes, até às vésperas das eleições gerais.

    Próximos debates

    17 de julho, à noite, na TV Comunitária

    20 de julho, às 9 horas, na Universidade Católica

    16 de agosto, à noite, na TV Bandeirantes

    19 de setembro, à noite, no SBT

    28 de setembro, à noite, na TV Record

    02 de outubro, à noite, na TV Globo


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